A disparidade entre 2020 e 2021 é bem grande na base do Vasco, ano passado, o Gigante foi campeão do Campeonato Carioca, da Copa do Brasil e da Supercopa do Brasil no Sub-20. Entretanto, o momento já é outro, se 2020 foi de glórias na categoria, o 2021 é de má campanha e derrotas, não apenas no Sub-20, mas também no Sub-17, já que perdeu o título brasileiro para o Flamengo após ter vantagem de 3 a 1 no primeiro jogo.
A base vascaína passa por um momento de reformulação, que começou em junho, quando o ex-diretor Carlos Brazil deixou o Vasco rumo ao Corinthians, com isso, desembarcou no Vasco o novo diretor, Rodrigo Dias, que vem colocando uma outra forma de metodologia de trabalho na base vascaína.
Rodrigo Dias, contactado pelo GE, faz uma análise do seu início de trabalho. O diretor cita a considerável redução de 25% nos investimentos devido a crise que o Vasco enfrenta, contratações e da demissão do técnico do Sub-20, Alexandre Gomes.
– Infelizmente, não deu certo (com o Alexandre). Inicialmente, nos primeiros jogos, nós tivemos bons resultados, mas nos últimos jogos, infelizmente as coisas acabaram não acontecendo. Nos chamou a atenção a falta de evolução da equipe nos aspectos necessários, muito mais do que somente os resultados. Passo aqui minha gratidão ao Alexandre, um ser humano fantástico e grande profissional. – diz o diretor.
Rodrigo também afirma que as oscilações são normais de acontecer e diz que a base continuará revelando grandes jogadores:
– Sabemos que são quatro, cinco, seis que sobem de categoria ano a ano, e a gente precisa ter esse foco no indivíduo. Um trabalho customizado, individualizado. E essa é a metodologia que a gente irá implementar. Nossas equipes são todas integradas, nossos analistas trabalham juntos, todos conhecem os jogadores, as características, a história de cada um. É um trabalho integrado, por isso a convicção de que o trabalho seguirá.
Rodrigo Dias chegou em Junho, após o desligamento de Carlos Brazil e mais oito profissionais, e enfrentou redução de investimentos.
– Estamos nesse processo de remontagem. Precisamos fazer uma readequação no nosso planejamento inicial e isso demanda tempo. O desafio é ajustarmos tudo no meio de campeonatos e jogos, causando o menor impacto possível. E lembrando que há uma demanda de reduzirmos em 25% o orçamento que vinha sendo praticado na base, em nome da viabilidade financeira do clube – acrescentou Rodrigo.
E, além dessas mudanças, a base também teve mudanças internas: subida de atletas e substituição de técnico são exemplos.
– A gente está numa reestruturação de atletas, de elenco e estamos acompanhando o mercado, vendo as oportunidades e ao mesmo tempo promovendo atletas de qualidade, que identificamos como diferentes. E muitos desses jogadores que hoje compõe o Sub-20, ano passado estavam no Sub-17 e não tiveram competições nacionais para atuar, perderam parte da formação para a pandemia; é natural que haja oscilação.
Veja demais respostas de Rodrigo Dias ao GE:
Como é essa metodologia focada no indivíduo?
O primeiro passo foi entender o que é o Vasco. A cultura do Clube. Trouxe profissionais capacitados, competentes. Houve a saída de alguns profissionais com posição estratégica do Clube e eu trouxe os coordenadores, cada um no seu departamento. Para, aí sim, implementarmos nossa metodologia, que é um trabalho que foca no atleta. Apesar de o futebol ser um jogo coletivo, a gente foca no indivíduo. Uma avaliação de cada departamento, cada microdepartamento, cada setor do Clube. A parte técnica e tática. A parte física ou fisiológica, da nutrição, psicologia, departamento médico, assistência social… Sabemos que são quatro, cinco, seis que sobem de categoria ano a ano, e a gente precisa ter esse foco no indivíduo. Um trabalho customizado, individualizado. E essa é a metodologia que a gente irá implementar.
Os maus resultados afetam a formação dos jogadores?
Estamos nesse processo também, que internamente nós conversamos sobre acelerar sem atropelar. Se o desafio está baixo para um atleta, buscamos colocar um desafio maior e subir de categoria. Esse é o objetivo principal para além dos resultados. Conseguimos chegar na final do Brasileiro Sub-17, melhor campanha da história do Clube. Chegamos na final da Copa Rio. Toda e qualquer jogo e competição que o Vasco participa, ele entra para vencer. E a gente sabe que buscamos resultados, mas têm outros indicadores de desempenho, que é a subida desses atletas para a equipe de cima e consequentemente a subida de atletas do 17 para o 20. Além das subidas de atletas do 15 para o 17. Tivemos uma surpresa agradável com a promoção do Rayan, outro atleta de Seleção Brasileira.
A médio prazo o Vasco vai ter um retorno muito grande de atletas performando na equipe principal, e atletas que futuramente serão ativos valiosos e darão um retorno muito grande para o Clube. Esportivo e financeiro. Seguindo, dando continuidade, nesse DNA formador que o Vasco sempre teve. Tivemos vendas relativamente recentes do Paulinho em 2018, do Douglas em 2017 e do Talles Magno nesse ano de 2021. Sabemos que para a saúde financeira do Clube é importante.