A preparação física do Vasco já foi alvo de vários questionamentos anos atrás. Em 2018, por exemplo, atravessou um momento caótico com muitas lesões e que quase resultaram na queda para a série B. Ano passado, viveu uma fase plena com a vinda do fisiologista Daniel Gonçalves, que assumiu a coordenação científica do clube, juntamente com a chegada do preparador Antônio Mello. A evolução do time no Brasileirão de 2019 foi visível não só na parte tática, com Luxemburgo, como também na física, com o professor Mello.
Em 2020, devido à campanha irregular que o time vem fazendo, críticas voltaram a ecoar sobre esse trabalho. Com a saída de Abel e sua equipe, o clube se viu obrigado a remontar a comissão técnica e para a preparação trouxe o competente Leonardo Cupertino. Por tudo que apurei dele e pelo pouco que já conversei com o profissional, acredito que o setor está entregue em boas mãos. Léo começou a carreira no Tombense, passou por Francana (SP), Coreia do Sul e Catar, retornando ao Brasil, onde trabalhou no Ipatinga, Bahia, Vitória, Criciúma, CSA e CRB. Trata-se de um cara capacitado, com mais de 20 anos de carreira e que está muito motivado pela oportunidade recebida.
Aliás, ele já chega ao clube num momento de total indefinição do futebol por conta da pandemia de COVID-19. E foi justamente isso que me levou a escrever a coluna dessa semana. O que esperar da nova preparação física do Vasco e quais os principais desafios após uma pausa forçada e com a temporada em andamento? Nada melhor que falar com o próprio Léo Cupertino, que, além de tentar recolocar o clube na briga por títulos ao lado de toda equipe, terá a árdua missão de contornar possíveis problemas físicos dos jogadores após a quarentena.
Inicialmente, perguntei desses obstáculos que ele acredita que o grupo encontrará pela frente, assim que as atividades forem retomadas. Léo não se mostrou preocupado e considera que é uma grande chance de aprimorar os trabalhos. “Não vejo como dificuldade e sim como oportunidade da gente individualizar ainda mais os treinamentos e ter um controle maior do grupo. Temos formas de controle desse treinamento bem avançadas através das tecnologias que o clube dispõe e acredito que será uma oportunidade da gente fazer com quem os atletas se conscientizem ainda mais com o objetivo que o Vasco tem traçado pro ano”, disse.
Em relação à carga de trabalho dos jogadores durante a quarentena, procurei saber do novo preparador se já foi passado algo específico para o grupo ou se cada atleta estaria adotando um treinamento por conta própria. E pelo que falou, todos estão sendo bem acompanhados e com total assistência. “Já foi feita uma cartilha pelo clube. Os atletas estão sendo orientados e a gente está à disposição para poder conversar igualmente com os mesmos. É um período de férias, mas acredito que todos estejam correspondendo de uma forma bem profissional as orientações que o clube passou”, revela.
Pra finalizar esse bate-papo com Cupertino, o indaguei se já havia estudado as características dos jogadores, a fim de implementar sua metodologia de trabalho tão logo os treinos recomecem. Segundo o preparador, tudo já vem sendo discutido. “A gente vem fazendo isso junto com a comissão técnica. Temos reuniões periódicas pra estudar os atletas, saber as características e procurar traçar todo perfil. O Ramon já conhece bem o grupo e vem passando todas as informações. A gente procura nesse momento usufruir desse tempo pra que possa minimizar qualquer tipo de erro e direcionar os trabalhos de acordo com a característica do atleta”, completou.
Bom, como vocês podem ver, a nova comissão técnica, em matéria de organização, está fazendo direitinho o dever de casa. Só nos resta torcer para que, na prática, as coisas se encaixem. O Vasco e seu torcedor agradecem!
Por: Marcus Jacobson @detetivevasco