Em meio à pandemia do Coronavírus e com o cenário esportivo paralisado, eis que o Vasco decide acelerar um processo de reformulação em seu futebol. A saída de Abel Braga, em comum acordo, foi a deixa necessária para iniciar o movimento e apagar um princípio de incêndio causado pelos últimos resultados e a consequente onda de salários atrasados, que indiretamente respinga dentro de campo.
Com a missão de comandar mudanças e recuperar o tempo perdido no ano, o Grande Benemérito José Luís Moreira foi o escolhido do presidente Campello para participar dessa engrenagem. Sua experiência no clube (já ocupou a função outras duas vezes quando Eurico Miranda presidia o Vasco) aliado ao ano político e ao momento financeiro delicado da instituição foram as justificativas pautadas para tal escolha.
E mostrando bastante autonomia, o novo vice-presidente chegou tomando duas decisões importantes: a efetivação de Ramon Menezes como técnico, depois de 2 anos como auxiliar, e a contratação do gabaritado Antônio Lopes como coordenador-técnico, a fim de dar o suporte necessário nesse processo e usar sua experiência na blindagem do elenco. Na prática, José Luís e Campello estarão focados em contornar a situação dos salários e botar ordem na casa, enquanto Lopes e Mazzuco irão mapear o mercado para atender os pedidos de Ramon e oferecer boas condições de trabalho ao treinador.
Outras mudanças importantes na comissão técnica foram as chegadas de Leonardo Cupertino para o cargo de preparador físico, a efetivação de Carlos Germano na função de preparador de goleiros, auxiliado por José Alberto Quitete, que integrava a comissão técnica do sub-20 e por fim Júnior Lopes e Thiago Kosloski que irão auxiliar o técnico Ramon em seu trabalho. Todos muito motivados e com capacidade para ajudar a colocar o time nos trilhos.
Agora o Vasco precisa virar essa página e focar nos reforços ao elenco. É notório que o grupo carece de peças pontuais para não passar sufoco no restante da temporada. Apesar da vinda de Benítez, a direção deveria buscar no mercado um verdadeiro camisa 10. Aquele que pegue a camisa, chame a responsabilidade pra si e ajude a municiar o ataque. Por falar no ataque, com exceção de Germán Cano, é uma posição que tem deixado a desejar. Com a saída de Rossi, a contusão de Talles Magno e a instabilidade de Marrony, o time ainda não tem um garçom à altura para servir o argentino. A lateral-esquerda também é um setor que deveria ser olhado com mais carinho. Hoje temos apenas Henrique e o jovem Alexandre. Sobre zagueiros, Ricardo Graça pode perfeitamente ser testado para atuar ao lado de Castán e numa tacada só unir o útil ao agradável.
Amigos, o Vasco vive um ano político, com muitos problemas financeiros e a equipe vem pressionada pelos últimos resultados. Jogar toda responsabilidade nas costas da base nesse momento é temerário. Creio que os garotos precisam ser usados, mas de forma cautelosa. É necessário sabedoria para não queimar ninguém e, assim, desperdiçar grandes promessas e ativos do clube.
Que os envolvidos no “novo futebol” do Vasco, tenham discernimento para alcançar o êxito e vivam intensamente o clube. Esse é o desejo de toda torcida cruzmaltina.
Por: Marcus Jacobson (@detetivevasco)