Por: Brenno Lorran Brazão
Já com o rebaixamento praticamente decretado, resta ao Vasco pensar e planejar a próxima temporada, ainda sem torcida nos estádios e, agora, com um déficit de receita que pode chegar aos R$ 100 milhões. Muitos cortes deverão ser feitos no elenco, um teto salarial deve ser estipulado e alguns medalhões deixarão a Colina Histórica. Alguns falam até na saída absurda do artilheiro Cano.
Cano, se renovar com o Vasco, certamente extrapolará o teto do clube, a dúvida que paira hoje é: vale a pena? A resposta está nos números do argentino. E sim, vale.
Germán fez 13 gols no campeonato brasileiro corrente, distribuídos em 10 jogos. Nos jogos que Cano fez gol, o Vasco tem 70% de aproveitamento (conseguiu 21 pontos de 30 possíveis). A situação do clube seria mais vexatória sem a presença do atacante no plantel. Está claro o problema do Vasco: faltam jogadores à altura de Cano para acompanha-lo.
Por boa parte da temporada, o Vasco jogou com jogadores “velozes” nas pontas e Cano centralizado. Talles Magno, Vinícius, Torres… Nenhum parceiro conseguiu dividir a responsabilidade de gols no cruzmaltino. Faltou técnica no elenco, é claro, e faltará mais se Germán deixar São Januário. Para se ter uma ideia, Bastos e Ribamar são os vices artilheiros do Vasco na temporada, 4 gols cada. Sequer continuaram no clube e vazaram antes mesmo do fim de seus contratos.
Benitez é um preço caro demais para o Vasco, principalmente pelo seu desempenho físico, mas Cano não, os números do atacante provam, por A + B que ele é um investimento que corresponde em campo e será fundamental no projeto do Vasco para retornar ao grupo dos 20 melhores times do país – a Série A.
Com a saída do argentino, quem seria o substituto? Qual jogador do país, sendo barato ou não, entregaria o que Cano entregou com tão pouca produção de um elenco fraco e desmotivado? Há muito o que mudar no Vasco, mas as poucas coisas que deram certo em 2020 devem ser mantidas.
Entende-se que a realidade financeira do Club de Regatas Vasco da Gama é precária, mas o ganho de novas receitas também se passa pela formulação de um time meramente competitivo. Cano, joias da base e uma boa garimpagem em clubes e ligas menores podem dar ao Vasco e ao seu treinador, Luxa ou não, um bom plantel para recomeçar, mais uma vez, na segunda divisão.
OBS: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Papo na Colina. Reflete a opinião do colunista.