A região de Itajaí, onde o Vasco jogará contra o Marcílio Dias, nesta terça-feira, é conhecida por uma grande quantidade de torcedores “mistos”, ou seja, pessoas que apoiam o clube da sua cidade ao mesmo tempo que torcem para outros times de maior expressão ao redor do país. Isso se reflete na torcida de muitos para equipes como Vasco, Flamengo, Grêmio e Internacional.
Um desses exemplos é o de Emerson Roberto, de 46, natural do litoral de Santa Catarina. O Jogada10 entrevistou o torcedor, que de primeira lamentou o encontro dos dois amores da sua vida esportiva:
– Na verdade, eu não queria que esse confronto existisse. Eu preferiria enfrentar o Corinthians, Coritiba, Atlético Goianiense. Qualquer um outro estava ótimo, só não queria enfrentar o Vasco. Com certeza o coração vai ficar dividido, quem ganhar vai ser extremamente positivo. Contudo, minha preferência é pelo time da casa (Marcílio). O coração vai bater mais forte por ele, pouca coisa, mas vai.
Como começou a sua história com o Vasco? E com o Marcílio?
– Minha relação com o Vasco iniciou ainda no meu nascimento, em 1978. Meu nome é Emerson Roberto, pois meu pai era vascaíno e decidiu homenagear dois jogadores do clube. Quando nasci, Emerson Leão era o goleiro da equipe e Roberto Dinamite o grande atacante. Assim, meu pai decidiu pegar os dois primeiros nomes da dupla e pediu que eu fosse registrado assim no cartório. Já a minha história com o Marcílio também teve influência do meu pai, que também torcia para o clube. Em 1986, eu pisei pela primeira vez no estádio, ano em que a equipe teve campanha de destaque no Catarinense. Na ocasião, ficamos com o vice-campeonato estadual depois de perder o título para o Criciúma. De lá para cá me apaixonei também pelo clube.
Por conta do seu emprego de caminhoneiro, como você faz para acompanhar os jogos? Prioriza alguma das equipes? Dá um jeito de assistir aos dois ou da preferência ao trabalho?
– Eu priorizo sempre o Marcílio Dias, apesar do coração ficar dividido. Faço uma brincadeira dizendo que sou vascaíno apaixonado e marcilista do coração. Dou prioridade ao Marinheiro por conta da questão financeira. Até porque no meu ponto de vista, o Marcílio precisa mais do que o Vasco até mesmo pela proximidade. Na maioria dos finais de semana eu estou em casa e consigo acompanhar ambos. Normalmente vou ao estádio nos jogos do Marcílio, já com relação ao Vasco, para mim só é possível assistir pela TV. Quando eu estou em viagem de trabalho, procuro acompanhar pelo celular. Meu filho de 24 anos é vascaíno, eu não vou conseguir ir nessa partida da Copa do Brasil, mas ele estará lá. Normalmente ele me passa as informações e assistimos aos jogos juntos.
Qual sua experiência mais marcante em relação ao futebol? Teve a ver com algum destes clubes?
– Minhas experiências mais marcantes com relação ao futebol envolveram o Marcílio. A primeira foi na decisão do Catarinense de 2000 quando enfrentamos o Joinville. Além da final da Copa Sul Minas em 2001 diante do Atlético Mineiro. Eu estive presente no estádio em ambas. A decisão do Estadual foi marcante porque nós tínhamos recentemente retornado após ter ido para a segunda divisão do Catarinense. O time encaixou e quebrou um jejum de 14 anos, pois não chegávamos a uma final desde 1986. O feito mobilizou a região na época e também não havia capacidade mínima de segurança. Assim, o público foi de 15 mil pessoas nessa partida. A decisão do Estadual foi marcante porque nós tínhamos recentemente retornado após ter ido para a segunda divisão do Catarinense. O time encaixou e quebrou um jejum de 14 anos, pois não chegávamos a uma final desde 1986. O feito mobilizou a região na época e também não havia capacidade mínima de segurança. Assim, o público foi de 15 mil pessoas nessa partida
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