O 4×0 do Vasco na Portuguesa já impressiona, visto a organização do time da Ilha do Governador. Apesar da disparidade técnica, o jogo tendia a ser equilibrado. Mas o que realmente chamou a atenção dos jogadores foi o nível de jogo apresentado pelo Vasco. Facilidade para chegar a área adversária, toques de bola rápidos e envolventes e muita solidez defensiva: o clube vem se mostrando muito forte sob o comando de Ramón Diaz.
Dos últimos 20 jogos, entre Brasileirão, Copa do Brasil e Carioca, o Vasco perdeu apenas três vezes. Em 2024, saiu derrotado apenas em uma oportunidade, contra o Nova Iguaçu, que enfrentará neste domingo, na semifinal do estadual. Em clássicos, o desempenho também é bom: são três vitórias, dois empates e apenas uma derrota dos Díaz à frente do Vasco contra os três principais rivais do Rio.
Essa evolução não passa somente pela gestão de grupo exemplar da dupla, mas também por uma identidade de jogo clara. Com tempo de treinamento para a temporada de 2024, a proposta do time é se associar internamente, buscar tabelas e aproximações, com muita movimentação, em um estilo que favorece e muito o seu melhor jogador: Dimitri Payet.
Os laterais ficaram mais adiantados com o esquema de 3 zagueiros. Assim, Lucas Piton e Paulo Henrique são peças cruciais pro funcionamento ofensivo do time. Os meias adiantados, Payet e Galdames, encontram soluções e se associam com o restante do ataque. A sustentação fica por conta dos 3 zagueiros, que também são bons com a bola no pé.
Vegetti, na frente, é o definidor. Após um início ruim de temporada, muito por conta de sua lesão na costela, o argentino retomou o nível que mostrou na temporada passada e já é o artilheiro do clube no ano, com incríveis 5 gols nas últimas 4 partidas. E quando nada funciona, entra o talento do craque Dimitri Payet, que acha soluções inusitadas para o ataque cruzmaltino.
No fim do ano passado, quando o Vasco sofria um claro esgotamento físico, também passou por um momento de previsibilidade, até pelo elenco mais curto. Isso mudou em 2024. Há um leque maior de opções no banco e características mais díspares entre os atletas. O que permite a Ramón e Emiliano, que tendem a escalar com base no adversário, mudarem rapidamente o que não funciona.
A evolução do Vasco também passa pelos bastidores. A melhora física de Payet entre as duas temporadas era uma necessidade para um time que se impõe fisicamente, um triunfo da boa relação da comissão com o francês. A objetividade e a proximidade — especialmente a de Emiliano — com os atletas facilitam os trabalhos de correção de rotas.
Do outro lado, o elenco comprou as ideias da comissão técnica. Há espaço e entendimento para cobranças mais firmes, além de um forte espírito de luta no vestiário, principalmente em grandes jogos. As entradas e saídas do banco são compreendidas. Todos querem jogar, mas entendem que terão suas chances e podem ser acionados a depender da característica da partida. O grande desafio de Ramón e Emiliano é fazer de todas essas evoluções uma temporada de sucesso. Desafio que continua neste domingo.
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