O Vasco virou SAF em 2022 e, com isso, esperanças de dias melhores foram impulsionadas ao torcedor. Com um investimento de 700 milhões de dólares e assunção total da dívida do futebol clube por parte da empresa americana, o Vasco vive uma nova realidade financeira e esportiva. Entretanto, as dívidas antigas permanecem ativas e continuam sendo um problema ao clube, mesmo que, aos poucos, vão se resolvendo.
Divulgado recentemente, o balanço financeiro do Vasco demonstrou uma diferença gritante entre o ativo e o passivo do clube. O déficit do clube equivale a R$ 594,5 milhões, uma quantia extremamente alta e prejudicial para a instituição.
Na compra de 70% do futebol do Vasco, a 777 Partners concordou em assumir até R$ 700 milhões de dívidas do modelo associativo, como débitos trabalhistas, cíveis, tributários, empréstimos, entre outros. Do aporte de 120 milhões realizado em setembro do ano passado, mais da metade foi gasto em pagamento de dívidas, enquanto cerca de R$ 38 milhões foi utilizado em pagamento de salários atrasados do elenco e custos operacionais do clube.
O pagamento de dívidas foi uma das prioridades da empresa desde que assumiu o Vasco, já que o não pagamento das mesmas poderia acarretar em um transferban, que impediria o clube de contratar novos jogadores e atrapalhar os planos no ano. Até o momento, segundo apuração do GE, mais de 100 milhões de dívidas já foram quitadas pela 777 Partners, que prevê um Vasco autossustentável a partir de 2025.
O Vasco, além de pagar sua dívidas, vem gerando novos débitos a pagar. Com mais de 100 milhões investidos em contratações no ano, o clube vem parcelando as compras e gerando fluxo de caixa, algo importante para a vida financeira do clube. A SAF também realizou dois empréstimos: um com o Banco BMG, parceiro do Vasco, e com um banco alemão, totalizando cerca de 12 milhões de reais.
Para transformar o Vasco em um clube autossustentável, a prioridade da 777 Partners é aumentar a quantidade de receita. Para isso, foram tomadas medidas como o aumento no preço dos ingressos, preço do sócio-torcedor, uso frequente do Maracanã para alavancar bilheteria, venda de jogadores como Andrey Santos, entre outros.
Outro meio de desafogar o clube do mar de dívidas é renegociando os débitos pendentes com credores. Segundo apuração do GE, o Vasco pode seguir o mesmo passo dado pelo Botafogo, que vai anunciar novo com credores para amenizar os impactos dos juros nas suas dívidas. Uma nova rodada de negociações deve acontecer nos próximos meses. Confira abaixo o valor total de cada tipo de dívida do clube:
- Impostos e retribuições a recolher: R$ 21,6 milhões.
- Empréstimos e financiamentos: R$ 38,7 milhões.
- Parcelamentos: R$ 243,7 milhões.
- Regime Centralizado de Execuções (RCE – dívidas trabalhistas e cíveis): R$ 257,2 milhões.
- Acordos extrajudiciais e pool de credores: R$ 73,3 milhões.
- Obrigações com entidades esportivas: R$ 11,6 milhões.
- Outros: R$ 127,2 milhões.
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