Anunciada na última semana, a chapa ”Mais Vasco” chegou fazendo ”muito barulho” na eleição do Gigante da Colina, que segue marcada para o final deste ano. Bastou divulgar a participação do grupo e a possibilidade de Jorge Salgado vir como candidato para os torcedores ficarem bastante curiosos para saberem mais sobre os projetos.
Para deixar os cruzmaltinos ainda mais informados sobre as propostas, o Papo na Colina fez uma entrevista exclusiva com um dos líderes da chapa – Danillo Bento. Entusiasta desde o início da união de várias correntes políticas, o coordenador do grupo ”Ao Vasco Tudo” falou sobre diversos temas para o nosso portal.
O empresário detalhou o tal aporte financeiro de R$ 150 milhões, revelou que o foco principal do futebol precisa ser na base e ainda adiantou alguns projetos interessantes que a ”Mais Vasco” vai implementar, caso assuma a presidência – Vasco-Box e criação de um sistema próprio para o clube gerir o seu programa de sócios.
Bate-Bola
Fabio Torres: Caso o seu grupo vença a eleição, você tem algum cargo confirmado na gestão?
Danillo Bento: Um dos nossos compromissos de campanha é apresentar toda a estrutura antes do pleito para que o vascaíno possa ver quem são as pessoas que vamos colocar para conduzir todo o nosso planejamento. Vamos anunciar todos os presidentes de poderes, todos os conselheiros da chapa durante a campanha. Apresentaremos toda a estrutura de vice-presidentes e da diretoria. Nosso compromisso e passar tudo para o vascaíno analisar quem vai conduzir o projeto. Sobre minha participação, não vou dizer que sim e nem que não de ter cargo, até porque isso ainda está em fase de negociações. Mas é certo que vou ajudar, independente de qualquer posição que eu esteja, quero ajudar o clube a voltar a ter posição de destaque no cenário mundial.
Fabio Torres: Por que sempre foi um entusiasta dessa união de correntes políticas?
Danillo Bento: Porque somos pessoas que pensam a política de forma parecida. Em diversas conversas que tivemos, percebemos a aproximação que tivemos de ideologia e conceitos. Diante dessas semelhanças de pensamentos, a gente resolveu fazer essa união.
Fabio Torres: Por que acreditar na ”Mais Vasco”, se parte do grupo participou da gestão do Campello, que não é bem avaliada pelos cruzmaltinos?
Danillo Bento: Acredito que ninguém do nosso grupo aprovou a forma como o Campello entrou na presidência. Mas é preciso ver que as pessoas que estavam na gestão ajudaram o clube de alguma forma, como no caso da construção do CT, projeto de ampliação de São Januário e renegociações de dívidas…
Fabio Torres: A gente publicou no nosso portal que a chance do Salgado encabeçar a chapa é enorme: ”cerca de 99%”, confidenciou uma pessoa próxima da campanha. O que falta para ele assumir de vez esse posto?
Danillo Bento: Ele é um dos presidenciáveis do nosso grupo, assim como Diego e o Vitor Roma. Todos nós estamos 100% alinhados no nosso plano. Ainda faltam algumas questões para a gente decidir quem será o nosso candidato. Até a segunda quinzena de julho, a gente terá definido isso.
Fabio Torres: Algumas pessoas da chapa já revelaram publicamente que acreditam que o melhor nome para assumir o clube é o Salgado. Você concorda com isso? Acredita que se não for ele, vocês chegam com menos força na eleição?
Danillo Bento: Ele é um nome forte e reconhecido no mercado. São inúmeras as virtudes dele e está nos ajudando muito para montar nosso plano de gestão. Mas temos outros presidenciáveis com muita condição também. O importante é que todos estamos focados no mesmo plano de gestão para o Vasco. Todos nós estamos muito alinhados e acreditamos muito nesse projeto que estamos construindo para o clube, e o Salgado está incluso neste plano, sendo presidente ou não.
Fabio Torres: Pode detalhar o tal do aporte financeiro citado pelo Adriano Mendes, outro líder do grupo de vocês?
Danillo Bento: Logo no primeiro dia na presidência vamos chegar com esse aporte de R$ 150 milhões. Desse valor todo, R$ 70 milhões, será para termos fluxo de caixa neste primeiro momento – daremos premiações e programa de sócios como garantias. A outra parte será dividida em dois aportes de 40 milhões e serão fundos com menos risco para o investidor. Daremos as cotas de TV como garantias e o foco será abater as dividas trabalhistas e cíveis. Isso será muito importante para que a gente consiga tocar o clube logo no começo da gestão, pois ele vai gerar um fluxo de caixa para tocarmos o clube, mesmo com as penhoras que aparecem o tempo todo.
Futebol
Fabio Torres: Acredita que podemos ter um time forte a partir de 2021, para brigar por títulos?
Danillo Bento: Acredito em um time dentro da realidade financeira que encontrarmos o clube. Vamos continuar seguindo o nosso plano de austeridade financeira. Ser austero não significa não investir no futebol, significa gastar o que a gente pode. Nós pretendemos criar um comitê do futebol para descentralizar o poder, pois acreditamos que diversas pessoas debatendo sobre os assuntos, as decisões serão melhor tomadas. Ainda não temos os nomes que integrarão esse comitê, mas já temos conversas com alguns profissionais.
Fabio Torres: Como vocês avaliam o time atual do Vasco e como fazer um time competitivo?
Danillo Bento: Nós já estamos avaliando o atual grupo e vemos pontos fortes e fracos no time. O nosso pensamento é fazer uma divisão de base forte para revelar jogadores para a equipe profissional e, além disso, contratar jogadores pontuais para posições mais carentes do time. Essa é a nossa forma de pensar um time de futebol para o Vasco – foco em uma base forte. Vale lembrar que nossos principais jogadores da histórias surgiram da base. Certamente teremos um time forte para brigar por títulos durante a nossa gestão.
Fabio Torres: Vocês tem algum projeto especial para a base?
Danillo Bento: Temos sim. Queremos implementar a retroalimentação da base, a base sendo autossustentável. A ideia é que a base alimente a própria base. Quando um atleta formado no Vasco for vendido, um percentual dessa grana será para investir na própria base. Exemplo: Marrony foi vendido agora, a gente usaria parte desse dinheiro para investir na estrutura da nossa divisão de base. Acreditamos que a base tem que ser nossa fábrica de grandes jogadores
Marketing
Fabio Torres: Como vocês pensam o marketing para o clube, tendo em vista que um dos principais problemas do Vasco é gerar novas receitas?
Danillo Bento: Primeiro departamento totalmente profissionalizada será o do marketing. Vai ser outro foco da nossa gestão. Montar uma equipe forte de marketing, com pessoas gabaritadas e que consigam trazer soluções de mercado para o Vasco. Ainda não temos os nomes, mas já estamos conversando com alguns profissionais que podem integrar nossa equipe de marketing.
Fabio Torres: Algum projeto específico de marketing que pretendem implementar no Vasco?
Danillo Bento: Temos dois que podemos adiantar. Nós queremos implementar o Vasco Box como mais uma fonte de receita. Consiste em um clube de assinaturas, no qual os vascaínos ganharão uma caixa todo mês com itens do Vasco. Essa proposta tem um custo baixo e acreditamos gerar uma receita acima de R$ 1 milhão com esse projeto.
Outra proposta que queremos colocar em prática é sobre o plano de sócios-torcedores, que atualmente é gerido por uma empresa terceirizada. Como temos mais de 150 mil sócios, o clube precisa pagar um custo alto de gestão desse programa. Portanto, para maximizar essa geração de receita, a gente quer trazer a gestão do programa para dentro do clube para reter essa grana. Para isso, precisamos criar um software para gerenciamento que atenda a demanda do clube nessa questão de sócios. Vamos propor a realização de um Hackathon, que é uma maratona de programação, na qual diversos programadores, designers, gerente de projetos competem entre eles para ver quem elabora o melhor programa de sócios em um tempo definido. Isso tem um custo baixo e conseguimos um retorno financeiro interessante para o clube.
Fabio Torres: Caso vocês percam a eleição, pretende repassar os projetos para a chapa vencedora?
Danillo Bento: É relevante falar que uma das bandeiras da nossa campanha é não fazer a política de atacar os adversários. Não queremos diminuir os candidatos. Diante dessa linha de pensamento, nossas propostas estarão à disposição do grupo que vencer o pleito. Depois da eleição, é nosso compromisso trabalhar para o Vasco e ajudar no que for preciso, mesmo que a gente não vença.
A entrevista contou a colaboração do nosso repórter Lucas Rodrigues