Treinador devolve as críticas feitas pelo zagueiro e cita desobediência do atleta em jogo que foi demitido.
Ricardo Sá Pinto decidiu falar. O Ex-treinador concedeu ao Globoesporte.com, sua primeira entrevista em um veículo brasileiro, após sua saída. Muitos assuntos foram abordados, porém, o que mais chamou a atenção nas falas de Sá Pinto, foram as respostar a Leandro Castan. O zagueiro vascaíno, em recente entrevista, disse que o treinador não conhecia seus jogadores, além de ter “inventado” um esquema com 3 zagueiros, que o time não entendeu.
Para Sá Pinto, Leandro Castan foi uma decepção. As declarações pós trabalho chatearam o português: “Quando o Castan diz que eu não conhecia os jogadores, eu não tenho vontade de rir. É de chorar. É uma tristeza. Quando eu saí, a primeira mensagem que eu recebi foi do Castan. Ele disse que era uma pena, que era injusto e pediu desculpas por não estar no melhor nível. Ainda tenho a mensagem guardada, portanto, fiquei surpreso com essas declarações.” Além disso, uma possível liderança passiva de Castan complementou a relação ruim entre os dois: “Não foi só isso. Fiquei triste com outra coisa. Um capitão tem de ser a extensão do treinador no vestiário e no campo. Na tristeza, na alegria, no trabalho, na cobrança, na vitória. Eu sempre disse isso, até porque tínhamos um elenco desequilibrado, muito jovem. Tinham grupinhos dos mais jovens, dos mais velhos, dos estrangeiros. Havia uma diferença. Era muito importante que ele ajudasse a liderar isso. Eu alertei a ele de vários casos, tive 50 mil conversas com ele.”
Outro fator importante na relação entre os dois, foi a desobediência tática do zagueiro em um jogo. Sá Pinto explica que, para o confronto contra o Athlético PR, a instrução era para que Fernando Miguel saísse com chutões nos primeiros 15 minutos, e o time brigasse pela segunda bola, já no campo de ataque. Castan desobedeceu e desde o primeiro minuto, pedia a bola constantemente ao goleiro para sair jogando com toques curtos: “Mas o meu capitão fica pedindo a bola ao goleiro. Quando o capitão deveria ser o primeiro a dizer “Fernando, vamos subir. Nos primeiros 15 minutos ficamos cá atrás, mete a bola lá na frente, lutamos pela segunda bola e construímos naquela parte. Assim, a gente brigaria pela segunda bola e tentaria a criação. Quando o meu capitão, no primeiro minuto, pede a bola para sair jogando, e a gente não tinha combinado isso… Então, a decepção é grande não só em termos de liderança mas também no que era o compromisso com a estratégia de jogo. O que aconteceu? Em 10 minutos, estávamos perdendo.”
Sá Pinto completou que, não acredita que o time jogou para “derrubá-lo”, mas as ordens não foram cumpridas: “Não foi feita a extensão do treinador com o capitão dentro do campo. Se tivesse sido feita, não estaríamos a perder o jogo por 2 a 0 em 10 minutos. Foi esse jogo que me tirou do Vasco. Eu estava na tribuna, impotente, e meu auxiliar comandou e disse 30 vezes para a gente não sair jogando de trás. Agora, eu não posso controlar todas as situações. Eu não estou dizendo que Castan foi um mau profissional ou que não trabalhava ou que não tentou. Ele e todo o time tentaram. Mas quando fala assim… Ele não fez o que se deveria ter feito.”