Biógrafo de Eurico Miranda, ao contrário do que se espera, não ataca a empresa que deve comprar a Vasco SAF em entrevista
Luiz Nascimento
Oficialmente o Vasco já virou Sociedade Anônima do Futebol, faltando agora apenas as votações para a proposta vinculante da empresa americana 777 Global Partners. Quando ainda estava sendo debatida a criação do clube-empresa que iria gerir o futebol cruzmaltino, Sérgio Frias, líder do Casaca e candidato às eleições do Vasco em 2020, chegou a se retirar da reunião do Conselho Deliberativo que aprovou a criação da Vasco SAF. Agora, ele diz que não se opõe à vinda dos americanos, porém, defende um debate sobre mecanismos de proteção ao Club de Regatas Vasco da Gama, caso a 777 saia do clube. O temor é que o contrato de compra da SAF vascaína seja idêntico ao que o Cruzeiro fez com Ronaldo Fenômeno quando virou clube-empresa.
Em contato exclusivo com o jornalista Fabio Torres, do site vascaino.net, Frias expôs o seu ponto de vista. “Todos os torcedores do Vasco precisam buscar a melhor forma de proteger o clube. Discutir minuciosamente tudo. Ninguém sabe da proposta. Isso não é o Casaca ou o Sérgio Frias falando. Qualquer torcedor que gosta do Vasco não quer uma coisa que traga benefício apenas momentâneo. Tem que fazer algo que também olhe para frente e analisar o que pode acontecer no futuro. É uma função de todos os grupos, seja da situação, posição ou influenciadores digitais. Tem que entender que um caso como esse é uma mudança radical e que todos precisam ter acesso. Todos precisam ter convicção de que não trará algo prejudicial ao Vasco”, disse o biógrafo de Eurico Miranda.
Questionado se votaria a favor da venda para a 777 Partners, caso o contrato proteja o CRVG completamente, o ex-apresentador do programa Casaca! No Rádio disse que considera a possibilidade e ainda disse que as pessoas precisam buscar o melhor para o clube, e não para seus interesses particulares.
“Nós entendemos que teriam outras opções, mas se vier um contrato com proteção completa pode ser que aconteça. Se o contrato trazer toda a proteção necessária, seja na base na revenda do clube, na obrigação dos títulos, pode ter certeza que haverá uma votação massiva a favor”, disse Frias, que fez ressalvas.
“Poderia fazer um contrato com prazo determinado para experiência. O problema é a venda para o resto da vida. É uma coisa para a vida inteira e isso leva a gente a se preocupar. Tudo tem que estar baseado no contrato. Tem que haver uma opção de sair da parceria sem danos, independente do que aconteça. Não tem nada a ver com política ou coisas pessoais. Tem a ver com o clube. A ideia é fazer algo que seja transparente. Tinha que haver um período mais abrangente para que tivesse um debate mais amplo sobre o assunto”, explicou.
Frias também comentou sobre a possibilidade de judicializar a venda para a 777, algo que constantemente tem sido cogitado por membros do Casaca e pessoas ligadas ao principal opositor da gestão Jorge Salgado, o advogado Luiz Roberto Leven Siano. “A inciativa judiciária não é baseada em opinião. A Justiça só pode ser acionada se houver irregularidades no processo. Não é uma mera opinião que leva algo para a Justiça”, afirmou.