O Vasco da Gama joga nesta quarta-feira (28), contra o Caracas, às 21h30, em partida válida pela Copa Sul-americana. O integrante da bancada da live do Papo na Colina, Rapha Conceição, destrinchou como o time venezuelano joga.
CONFIRA A THREAD
O técnico venezuelano, Noel Sanvicente, adota, há alguns anos, um jogo que não valoriza a posse de bola. Busca uma defesa consistente (um 4-2-3-1 que pode até virar um 4-5-1).
Com a bola no pé, rapidez para virar um 4-3-3 e tentar chegar com o máximo de atletas no gol alheio.
Foto: @raphasconceicao
O time, que é soberano na Venezuela, tem suas limitações nas competições internacionais.
Inclusive, surpreendeu sua torcida e a imprensa local no pós-pandemia quando – num grupo difícil da Libertadores – teve a chance nas mãos de ser o 2° colocado e avançar às oitavas.
Treinando desde junho, o time voltou em 16/9 com um surpreendente 3×2 sobre o Independiente, em Medellin e 2×1 sobre o Libertad em casa.
Mas em casa frente aos colombianos, 3 atletas foram expulsos e a derrota (0x2) pôs a classificação para a cancha no estádio do Boca Jrs.
Segundo me disse @Dave_51, diretor do perfil @LaRedAvilenaCFC, de apaixonados pelo Caracas F.C., o abatimento foi grande após a derrota em casa para os colombianos. E por muito pouco, no saldo de gols (0x3 para los bosteros em BAs) o @Caracas_FC não passa à fase seguinte.
Impressiona porém como só os brasileiros veem a Sul-americana como título menor. “Los hinchas hermanos” a veem como chance de fazer história.
Para o Caracas F.C., p.e., tentar vencer novamente um brasileiro. Feito só obtido em 2013, com um 2×1 sobre o Grêmio pela Libertadores.
Para isso, contam muito com seu jogador de “enganche”, um meia (próximo ao 10 clássico) se aproxima do ataque.
Robert Hernandez que, aos 27 anos, vive – segundo apurei – sua maturidade no futebol. Rápido, habilidoso, técnico, lidera as assistências na temporada’20.
Olho nele!
Foto: @raphasconceicao
Detalhe que Hernandez, uma referência técnica para a equipe, parece ter voltado mais “assustado” da pós-pandemia e não rendeu tanto quanto se espera dele.
Seus gols e assistência são dos jogos prévios à parada do futebol.
Terá sido a peça que faltou na Libertadores?
Como o Vasco, também apostam em jovens promissores. Um deles é Anderson Contreras. 19 anos, que assegurou a titularidade tão logo a recebeu.
Visão de jogo, pegada na marcação e chegada rápida com chutes certeiros, vide o petardo contra o Independiente.
Foto: @raphasconceicao
Outro jovem que promete entrou em apenas 4 jogos dessa temporada. Num deles, fez o gol da vitória sobre o Libertad pela Libertadores.
Saúl Guarirapa. No último domingo, foi o autor do gol que assegurou os 3 pontos ante o Zamora pelo Venezuelão.
Alô Castan e F. Miguel!
Pra equilibrar essa juventude, eles contam com a experiência de Ricardo Andreutti. 33 anos, é uma referência para os mais jovens.
Além de ser uma peça chave no esquema de jogo de Noel Sanvicente, Andreutti também tem um perfil bastante diferente de jogador para nós, do Brasil.
Foto: @raphasconceicao
Em entrevista ao site oficial do @Caracas_FC, disse que entre os jogos, gosta de ler e sugeriu “A insustentável leveza do ser” de Milan Kundera.
Se não fosse atleta seria músico de Blues/Jazz questionado sobre o que não vive sem, disse: “Meditação”
Os venezuelanos questionam o que houve com o Vasco- lembrado como temido na América em 98 – para virar o que é hoje, há nove jogos sem vencer e cinco derrotas consecutivas.
Conhecem-nos pouco. Respeitam por ser BR.
Veem mais os times em que jogam venezuelanos (Soteldo no @SantosFC, Savarino no @atletico e Otero no @Corinthians).
Pode ser um duelo interessante se, de fato, Sá Pinto conseguir implementar seu jogo no Vasco de buscar a posse de bola.
Mas vai ter que acertar a marcação.
Os laterais do Vasco, que já vem demonstrando fragilidade na marcação, podem se deparar com desafios perigosos se a cobertura não for bem feita.
Mais que nunca, recuperar a dupla Benítez-Cano é essencial para Sá Pinto tentar impor seu jogo e construir o placar.
Os venezuelanos com quem conversei dizem que nenhum jogo é fácil pr’um time da Venezuela. Nem mesmo para o maior campeão do país.
Pois eu que sempre fui contra a presunção pachequista brazuca, que coleciona eliminações para Tolima, Guarany y otros, temo muito por esse Vasco da Gama.