Após um ano inteiro de queda, Cruzmaltino registra o maior número de associados em um ano e maior receita desde 2020
Luiz Nascimento
Depois de tempos difíceis, com queda na receita e até mesmo um “movimento” para estimular a desassociação em massa, o Vasco voltou a registrar mais de 60 mil associados em junho, além de ter a maior arrecadação com seu quadro social desde novembro de 2020. E o salto foi bem expressivo: se em maio, o cruzmaltino tinha quase 52 mil sócios, que geravam uma receita de pouco mais de R$ 2,2 milhões, em junho, o clube ultrapassou pela primeira vez em um ano, a barreira dos 60 mil associados, com uma receita de R$ 3,1 milhão. Os números mais detalhados serão apresentados em breve pela diretoria.
O Vasco começou 2022 com 47.463 sócios, em tendência de queda livre, e com pouco mais da metade de associados de janeiro de 2021. E mesmo assim, o aumento acabou sendo mais perceptível a partir de maio. Muito deste crescimento se deve à boa fase do Vasco na Série B, com a iminente vinda da 777 Partners ao clube, mas a diretoria soube agregar um verdadeiro clube de vantagens para os associados. Porém, isso acaba tendo um preço. Nesta temporada, o ticket médio do Vasco é de R$ 50. Embora seja um terço do ticket médio mais caro da Série B (o do Operário-PR, que cobra R$ 150), é mais que o dobro do que o Cruzmaltino cobrava na época da explosão do número de sócios-torcedores no fim de 2019, época em que o ingresso custava em média R$ 23.
Em entrevista ao ge.globo, o vice-presidente de Marketing Vitor Roma disse que a atual diretoria fez muitas melhorias no programa de sócios, especialmente para manter associados:
“Tivemos um grande aumento de receita com os associados, passando da casa dos R$ 3 milhões, o que é fundamental. Isso só foi possível com muito esforço e fazendo coisas importantes, como o aumento do preço médio dos ingressos. Também investimos muito na melhoria do programa, como um novo protocolo de atendimento, central de atendimento, além do esforço em manter os associados. E isso nos dá muito orgulho.”
E o esforço para reter sócios valeu a pena. Pela primeira vez desde que começou o programa Sócio Gigante, o Vasco teve mais renovações do que desistências: dos 17 mil contratos vigentes, 73% foram renovados. Sem contar que o Cruzmaltino ainda conseguiu mais 8 mil adesões ao programa por meio de campanhas promocionais com cupom de desconto, sendo que apenas no jogo Vasco x Cruzeiro, foram 4,7 mil novos sócios.
Apesar dos bons números, o número de sócios é apenas um terço da marca alcançada no final de 2019, quando o clube alcançou os 180 mil sócios. Na época, a gestão Alexandre Campello fez uma promoção de Black Friday oferecendo planos de sócios com descontos inimagináveis. Para Vitor Roma, esse modelo não tinha como se sustentar. O resultado aconteceu meses depois, com uma abrupta queda de associados em razão da crise econômica causada pela pandemia.
“Na época, tivemos um crescimento muito rápido, com pouca base mercadológica, mas que não se sustentava. Hoje, a gente tem um melhor planejamento, entendemos as necessidades dos torcedores, melhoramos tudo: processos, cobrança e pagamentos, o que deixou tudo mais fácil.”
A diretoria mantém os pés no chão para um possível crescimento, mas a torcida está iniciando nas redes sociais um movimento para que o Vasco alcance a marca dos 100 mil sócios – torcedores, embora o clube não abrace esta campanha. Apesar de tudo, o clima é de otimismo, seja com a chegada da 777 Partners ao futebol cruzmaltino, aliado à cada vez mais iminente chegada do meia/atacante Alex Teixeira e de outros reforços desta janela de meio de ano.