Time se colocou contra as falsas acusações e até agora, nenhum pedido de desculpas
O Vasco divulgou uma nota oficial, na manhã desta quinta (28), para falar sobre as acusações de racismo por parte de membros da comissão técnica da Ponte Preta. No fim do segundo tempo, o treinador Hélio dos Anjos e outros profissionais do time de São Paulo, pararam a partida, acusando a torcida de imitar sons de macaco para os jogadores da Ponte.
O som, característico da torcida, era em direção ao volante Yuri, do Vasco, que carrega o apelido de pitbull. Toda vez que o jogador consegue roubar uma bola, ou cortar uma jogada, a torcida “late” em comemoração ao feito do jogador. A questão foi rapidamente explicada, mas até agora, nenhum membro da Ponte Preta veio à imprensa para pedir desculpas pela falsa acusação.
Confira a nota oficial do Vasco:
Fomos surpreendidos na noite da última quarta-feira (27/04) em São Januário com uma absurda acusação de racismo direcionada a torcida do Vasco vinda de alguns profissionais da A. A. Ponte Preta. Algo sem fundamento algum e que se baseou equivocadamente num canto criado pela torcida do Vasco utilizado para homenagear o volante Yuri Lara, algo já feito, por exemplo, por outras torcidas e em outras praças esportivas.
Ao se fazer uma acusação de racismo, crime gravíssimo, além de se ter certeza do que está sendo dito, é imprescindível se conhecer o histórico dessa luta no país. E não há como falar do combate ao racismo no futebol brasileiro sem que o Vasco da Gama seja o principal protagonista.
Nossa luta não começou agora, mas sim em 07 de abril de 1924, quando escrevemos a “Resposta Histórica”, o maior símbolo da luta contra o racismo no futebol brasileiro. O Vasco da Gama se orgulha de ser um pioneiro nesta luta e um ativo defensor de seus ideais, que não esmoreceram com o passar dos anos. E o estádio de São Januário é o símbolo maior da luta do Vasco da Gama contra a chaga do racismo. Foi construído pelos vascaínos como resposta às elites da época que resistiam a inclusão de pretos, operários e imigrantes pobres no futebol.
Portanto, como não poderia ser diferente, condenamos a atitude e lamentamos que uma pauta tão séria seja utilizada da forma que foi.
São Januário é a casa do legítimo clube do povo e fazemos questão de que continue sendo assim.