Luiz Nascimento
Tal como no ano passado, o Vasco lançou em junho uma nova camisa para celebrar o Mês do orgulho LGBTQIA+ que vem tendo uma boa aceitação do público. Batizada de “Love is Love”, a peça traz o arco-íris -símbolo do movimento- no logotipo da Kappa, fornecedora de material esportivo. Além disso, nas laterais da camisa, temos vários casais formando os bonecos que formam o logo da marca italiana, que inclusive, autorizou a ação publicitária.
A camisa estreou na vitória por 3×0 do Vasco sobre o Operário e a jogada de marketing passou despercebida. E essa era a intenção da diretoria: que a mistura de orientações sexuais representada pelos bonecos do logo da Kappa fosse tratada com a maior naturalidade do mundo. Para o vice-presidente de marketing do Cruzmaltino, Vitor Roma, o histórico do clube em abraçar causas populares é um dos grandes fatores para a torcida abraçar a camisa com o arco-íris.
“Conscientizar a população para as grandes causas da nossa sociedade é parte do DNA do nosso clube. No caso da nova camisa LGBTQIA+, isso não foi diferente, com a grande aceitação dos torcedores e o grande número de camisas vendidas. Isso só comprova o quanto o Vasco está conectado com as pautas sociais e o quão importante é ter essa conexão com as grandes lutas da nossa sociedade”, disse Vitor, em entrevista ao UOL.
No ano passado, o Vasco também lançou uma camisa em apoio ao movimento LGBT+. Porém, a homenagem foi retratada na faixa transversal. E no único jogo em que o time entrou em campo com o modelo branco – a vitória por 2×1 contra o Brusque -, uma cena correu o mundo: ao comemorar o seu gol, o atacante do Fluminense Germán Cano (à época no Vasco) arrancou e ergueu a bandeirinha de escanteio que tinha as cores do movimento.
Compromisso contra a homofobia
A torcida do Vasco tem abraçado a causa contra a homofobia e comprado a briga. No mês passado, representantes de torcidas organizadas assinaram um compromisso de evitar gritos homofóbicos nas arquibancadas e desde a partida contra o Operário, várias bandeiras com o arco-íris têm sido levadas para os jogos do Cruzmaltino em casa.
E esse movimento vem em um contexto de maior conscientização contra atos homofóbicos no meio do futebol. Nesta sexta-feira, por exemplo, o árbitro Igor Benevenuto assumiu ser gay, sendo o primeiro juiz do quadro da FIFA a assumir sua homossexualidade. A revelação foi feita para o podcast “Nos Armários dos Vestiários”, produzido pela repórter Joanna de Assis, para o ge.globo.