Técnico Hélio dos Anjos alegou que a torcida do Vasco fez sons de macaco no jogo contra a Ponte Preta
Luiz Nascimento
A vitória do Vasco contra a Ponte Preta, ontem, em São Januário, ainda está dando o que falar. Na súmula da partida, divulgada pela CBF, o treinador pontepretano Hélio dos Anjos e o jogador do clube paulista Ramon Carvalho relataram ao árbitro que estavam ouvindo sons de macaco após um desarme de Yuri Lara próximo à linha lateral. Os sons, na verdade, eram de latidos, uma referência ao fato do volante ex-CSA ser uma espécie de “cão de guarda” do time – esse tipo de manifestação já aconteceu em outras partidas do Vasco.
Depois do jogo, o próprio Lara comentou sobre o episódio na zona mista e explicou a situação a Carvalho, volante da AAPP:
“O Ramon falou comigo sobre isso, falei que não era racismo, não tem nada a ver. Realmente estavam latindo, como latem. Não tem nada a ver com macaco. É inadmissível o racismo, ainda mais com a torcida do Vasco, por tudo que o Vasco representa para a história. Expliquei para ele que não tinha nada a ver com racismo. É o latido”, disse.
Árbitro relata que não ouviu
O árbitro paranaense Rodolpho Toski Marques, relatou na súmula o que disse Hélio dos Anjos, mas destacou que não ouviu os “sons de macaco” vindos da torcida do Vasco. A partida ficou paralisada por cerca de dois minutos.
“Aos 39 minutos do segundo tempo, com o jogo paralisado, o atleta de número 40 senhor Ramon Rodrigo de Carvalho e o técnico senhor Hélio César Pinto dos Anjos, ambos da equipe A.A. Ponte Preta, informar ao árbitro que ouviu sons de macaco vindo da torcida do Vasco da Gama. Esses sons não foram ouvidos pela equipe de arbitragem e nem pelo delegado da partida.”
Em nota oficial, o Vasco disse repudiar o racismo e relembrou sua trajetória contra o preconceito racial e a integração do negro na sociecade.
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