O Vasco da Gama deu mais um passo importante em meio ao processo de recuperação judicial. Na última sexta-feira, 19 de setembro, o clube solicitou à Justiça autorização para a contratação de um empréstimo no valor de até R$ 80 milhões, por meio de um Financiamento DIP (Debtor-in-Possession), mecanismo bastante utilizado em cenários de reestruturação financeira.
A medida surge como tentativa de aliviar a forte pressão sobre o caixa da instituição, que vem enfrentando dificuldades para honrar compromissos básicos desde a entrada na recuperação judicial.
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Destino do dinheiro
De acordo com o pedido formal, os recursos obtidos com a operação serão destinados, principalmente, ao pagamento de salários atrasados, fornecedores e despesas operacionais essenciais para o funcionamento do clube.
O objetivo imediato é garantir estabilidade mínima para o cumprimento de obrigações no curto prazo e evitar uma paralisação das atividades esportivas e administrativas do Vasco.
Garantias e condições
Para viabilizar a operação, o Vasco apresentou como garantia 20% das ações da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) que ainda pertencem ao CRVG (Clube de Regatas Vasco da Gama).
Os termos propostos estabelecem:
- Carência de 12 meses para início do pagamento;
- Prazo total de até 36 meses para quitação;
- Taxa de juros equivalente ao CDI + 7% ao ano.
Essas condições, embora pesadas, são consideradas relativamente comuns em financiamentos desse tipo, sobretudo quando envolvem instituições em processo de recuperação judicial.
O que é o financiamento DIP
O chamado DIP Financing é uma modalidade de crédito voltada a empresas em recuperação judicial. Ele permite a entrada de recursos novos, fundamentais para a manutenção das operações, e costuma oferecer garantias aos credores diante do risco elevado.
No caso do Vasco, esse mecanismo se apresenta como uma alternativa para assegurar fluxo de caixa em meio à turbulência financeira e dar continuidade à execução do plano de reestruturação.
Impacto no futuro da SAF
A utilização de ações da SAF como garantia chama atenção, já que esse é o ativo mais valioso do clube no momento. A operação pode representar um risco caso haja inadimplência, mas também sinaliza o esforço da diretoria para encontrar soluções práticas diante da crise.
Se aprovado, o empréstimo dará fôlego imediato, mas, a longo prazo, pode comprometer ainda mais a participação do CRVG no capital da SAF, reduzindo o poder de decisão do clube sobre os rumos do futebol.
Contexto da recuperação judicial
O Vasco entrou em recuperação judicial em 2024, acumulando dívidas superiores a R$ 700 milhões. Desde então, a gestão tem buscado alternativas para equilibrar as contas e preservar a continuidade da instituição.
O pedido de financiamento de R$ 80 milhões é mais um capítulo desse processo, que envolve negociações constantes com credores, ajustes internos e busca por receitas adicionais.
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Reação da torcida e próximos passos
A notícia repercutiu imediatamente entre os torcedores, que se dividem entre a preocupação com as garantias oferecidas e a esperança de que o empréstimo traga estabilidade para o clube atravessar o momento delicado.
Agora, a decisão está nas mãos da Justiça, que avaliará o pedido e determinará se o Vasco poderá ou não contratar o empréstimo nas condições apresentadas.
Caso seja autorizado, o valor poderá ser liberado ainda neste ano, garantindo um alívio momentâneo enquanto o processo de recuperação judicial segue em andamento.
O empréstimo de R$ 80 milhões, se aprovado, representa tanto uma oportunidade de sobrevivência no curto prazo quanto um desafio para o futuro do Vasco. Enquanto o financiamento pode assegurar o pagamento de salários e a manutenção do clube, também levanta preocupações quanto ao risco de diluição da participação do CRVG na SAF.
Em meio à incerteza, uma coisa é clara: o Vasco precisa encontrar soluções rápidas para equilibrar sua situação financeira e manter viva a tradição de um dos maiores clubes do futebol brasileiro.
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