Fim das restrições de público foi o impulsionador do programa de sócios cruzmaltino
Luiz Nascimento
Clube com o maior programa de sócios da América até pouco tempo, o Vasco voltou a registrar um aumento no número de sócios-torcedores após o fim das restrições de público causadas pela Covid-19. Os bons públicos em São Januário, sempre com lotação esgotada, fizeram o Sócio Gigante ganhar mais três mil novos associados nas últimas semanas, algo que fez o clube atingir a marca de 50 mil em seu quadro no total.
Muitos associados que haviam cancelado seus planos após o rebaixamento em 2020 e a permanência em 2021, anos em que coincidiram com o pico da gravíssima crise econômica que assola o país, retornaram após a grande procura por ingressos neste início de campanha na Série B, onde o time está no G4. Isso se explica pois São Januário tem uma capacidade de cerca de 21 mil pessoas e como os jogos sempre ficam cheios, poucas entradas têm sobrado para o público em geral, já que o sócio tem prioridade na compra.
Para se ter noção, no último jogo realizado em São Januário, contra o Bahia, cerca de 60% dos dos 19.692 presentes eram associados. Porém, considerando gratuidades e meias-entradas, esse percentual sobe para 80%, comparada a relação entre sócio torcedor e preço cheio das entradas.
Em seu processo de venda de ingressos, o Vasco abre inicialmente somente para sócios com divisão de horários de acordo com as categorias. Quem paga o plano mais caro (Colina Mais) tem a prioridade de adquirir sua entrada antes de quem tem um plano mais barato. Somente após estas etapas com os associados que o clube abre para o público em geral.
“O fim das restrições da pandemia, o início do Brasileiro e os bons resultados do time de futebol, sempre apoiados pela torcida, motivam cada vez mais o torcedor a se associar”, declarou ao UOL Esporte o coordenador do programa “Gigante”, Bruno Souza, que informa também sobre as novas ações implementadas:
“Iniciamos também uma ação bem legal que é o Gigante Express. Esse serviço comercializa de forma rápida e fácil planos de sócios nos jogos do Vasco. O torcedor pode se associar ou renovar seu plano em poucos minutos, pagando de forma parcelada”.
Nesta ação, o clube destaca funcionários que, nos dias de jogos em São Januário, agilizam o processo de associação, como se fossem “papa-filas”. O interessado faz um pré-cadastro e em menos de um minuto recebe um voucher do plano escolhido e completa o processo de onde estiver, pela Internet.
Os planos do “Gigante” variam de R$ 9,98 (Camisas Negras) até R$ 129,98 (Colina Mais), diferenciando seus benefícios inclusos.
Ação voltada para Manaus
Ciente de que tem uma grande torcida na capital do Amazonas, o Vasco fez uma ação de marketing voltada para Manaus, na semana do jogo contra o Guarani, na Arena da Amazônia.
O “Gigante Express”, por exemplo, foi levado para a cidade e quem aderiu ao plano “Norte e Sul” (destinado aos vascaínos ‘Off-Rio’) ganhou na hora um ingresso para o duelo contra o time de Campinas (SP).
Além disso, na semana anterior, foi disponibilizado um cupom com 10% off durante todo o contrato e, quem o utilizasse, ainda ganharia uma camisa exclusiva.
Outra ação foi disponibilizar resgates de pontos aos associados de Manaus para conhecerem o elenco e ganharem camisas oficiais e promocionais do clube.
São Januário para jogos menores e Maracanã para jogos maiores.
Ciente de que a Colina Histórica, muitas vezes, fica pequena para a torcida, o Vasco tem demonstrado interesse em participar da licitação do Maracanã, que será feita em breve pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.
A diretoria já manifestou interesse e teve reuniões com o governador Cláudio Castro, ao menos cinco vezes, e tenta costurar um acordo com a dupla Fla-Flu, que gere o estádio desde a sua reinauguração, em 2013.
Na visão da diretoria cruzmaltina, o Flamengo vê com bons olhos a divisão da gestão do Maior do Mundo com o seu eterno rival. O Fluminense é contra. Mas o Vasco tem uma carta na manga caso não chegue a um acordo com flamenguistas e tricolores: a 777 Partners.
A empresa norte-americana, que provavelmente irá gerir a SAF do clube, concorda que o Maracanã precisa ser uma opção para os jogos de grande apelo e, se precisar, irá entrar forte financeiramente na briga pela gestão do estádio.