Germán Cano busca se tornar o maior artilheiro estrangeiro da história do Vasco de todos os tempos, mas para isso terá um difícil desafio.
Por Gustavo Dias
O argentino Germán Cano, que conta com 31 gols em 61 jogos terá que superar o uruguaio Segundo Villadóniga, que tem 83 gols em 116 jogos com a camisa do Vasco. Você, torcedor vascaíno, sabe quem foi Segundo Villadóniga?
O Papo na Colina foi atrás da história do uruguaio que marcou época no Vasco no final da década de 1930 e início da década de 1940. Villadóniga nasceu no dia 16 de novembro de 1915. A sua carreira começou no Atlético Cerro, pequeno clube do Uruguai. Na juventude, ainda passou pelo Guanderes antes de chegar ao poderoso Peñarol, clube que atuou entre 1934 até 1937. No Peñarol, foi tricampeão nacional em 1935, 1936 e 1937.
Em 1937, disputou a Copa América pela poderosíssima seleção uruguaia, campeã do Mundial de 1930 e da Copa América de 1934 e 1942. As boas atuações lhe renderam uma transferência para o Vasco da Gama em 1938.
O meia, que era chamado de “El Architeto” por conta da sua habilidade em armar jogadas, jogou na colina entre 1938 até 1942 ao lado de grandes jogadores que estão marcados na história do clube, como Zarzur, Niginho, Fantoni e Rei. Pelo Vasco, conquistou o Torneio Luís Aranha de 1940 (Luís Aranha foi presidente da CBD e irmão do ex-presidente Cyro Aranha), o 1º Torneio Internacional realizado entre clubes no Brasil. Sim, o Vasco é o primeiro clube a vencer um Torneio Internacional no exterior, no caso, o Sul-Americano de 1948, e também o primeiro a vencer um Torneio Internacional no Brasil.
O campeonato teve a participação do Independiente-ARG, do bi-campeão argentino San Lorenzo-ARG, além do Flamengo e Botafogo. O Vasco venceu o Independiente na semifinal por 1 a 0 e na final pegou o San Lorenzo-ARG. O resultado no tempo normal foi 0 a 0. O jogo foi para prorrogação e o Vasco levou o título por conta dos escanteios. A regra dizia que caso a partida terminasse empatada, a equipe com mais escanteios levaria a vitória.
No Vasco, Villadoniga foi considerado o melhor jogador durante as temporadas de 1939 e 1940. Apesar de todo o seu destaque, Villadoniga não conseguiu chegar a nenhuma final do Campeonato Carioca. Em 1942, o jogador acabou se transferindo para o Palmeiras, que na época se chamava Palestra Itália, por 80 contos, segundo reportagem do Jornal dos Sports da época.
No clube paulista, o jogador marcou história. No total, Villadoniga marcou 50 gols em 134 jogos. Foi campeão e até hoje é lembrado por alguns torcedores, já que até os anos 2000 frequentava o clube para jogar bocha. O craque uruguaio morreu em 2006 na capital paulista e foi sepultado em um túmulo oficial do Palmeiras.