Treinador elogia adversário de amanhã: “Grande desafio”
Luiz Nascimento
Zé Ricardo ganhou uma trégua da torcida, mas sabe bem o que é ser pressionado por causa de maus resultados. Amanhã, às 20h, seus comandados enfrentam o Grêmio, que vive um péssimo momento na Série B com Roger Machado, que terá um teste de fogo em São Januário e pode ser demitido em caso de um novo tropeço.
Em coletiva de imprensa na manhã de hoje, véspera do jogo, Zé defendeu a classe, pediu uma mudança de mentalidade no futebol brasileiro e previu um jogo difícil contra o Tricolor Gaúcho, até mesmo pela situação do adversário. O Grêmio é o quinto colocado, enquanto o Vasco ocupa a segunda posição.
– Precisamos realmente, como comunidade de futebol, mudar a chave e a mentalidade. Precisamos entender que todo trabalho precisa de um tempo para madurar. Invariavelmente os trabalhos com tempo acabam colhendo os melhores frutos. Temos uma realidade diferente da do Grêmio, diferente de outras equipes. Lógico que estamos buscando diariamente evoluir e crescer – disse Zé, que completou:
– O momento de pegar o Grêmio talvez seja o pior possível. Sabemos a camisa pesada que eles têm, querem mudar essa situação. O Vasco até pouco tempo atrás passava por esse mesmo momento. Hoje estamos buscando uma posição que buscamos estar na competição, principalmente no final. Máximo respeito ao adversário, máximo respeito ao jogo. Uma grande partida, grande desafio. Espero que possamos ter um bom desempenho em casa.
O comandante da nau vascaína recordou o momento de pressão que o time viveu no começo da Série B, especialmente jogando em S. Januário. Para Zé Ricardo, o elenco está mais maduro e hoje encara com mais tranquilidade jogos com estádio cheio.
+ RECEBA TODAS AS NOTÍCIAS DO VASCO NO CELULAR! CLIQUE AQUI!
– Já foi um momento de pressão, principalmente na estreia contra o Vila Nova (na primeira rodada). E foi a mensagem que levei para o segundo jogo, contra a Ponte Preta (na terceira rodada). Estamos cascudos, agora ninguém pode mais se incomodar com isso. Temos que criar uma barreira para aproveitar energia, que vai vir certamente se a gente jogar bem, que é o que está acontecendo agora. Todas as equipes levam um tempo para amadurecer, algumas dão química mais cedo, outras levam um pouco mais. O tempo para o trabalho é o que favorece para encontrar as melhores opções. Temos um grupo jovem, menor média de idade da Série B. Tudo isso influencia. Lógico que cada um reage de uma forma a uma crítica, a um elogio. Não podemos nos empolgar na vitória nem nos depreciar num resultado negativo. Esse grupo certamente está sendo criado numa situação especial, é um privilégio estar vivendo isso aqui no Vasco.
Sobre a declaração polêmica do goleiro do Bahia Danilo Fernandes, Zé disse que conversou com o arqueiro, com quem treinou no Internacional e disse que Danilo desconhece o Vasco:
– Conheço o Danilo, foi meu atleta no Inter. É um atleta sensacional, sofreu aquele problema um tempo atrás, fiz questão de falar com ele. Ele apenas desconhece o que é o Vasco. Se ele tiver esse privilégio, e eu abro aqui com vocês que fiz esse convite, ele vai entender o que é o Vasco. As pessoas são assim no Vasco, são diferentes nesse sentido. Eles vêm de maneira mais à vontade, fazem uma festa incrível e carregam o clube nas costas. Eu entendi a festa da torcida naquela vitória mais como uma manifestação de carinho, e não depreciar o Bahia no sentido de já ser campeão.
– Acho que jogar contra equipes de camisa, seja o momento que for, é sempre muito motivante para treinadores e jogadores. Tem respeito ali de todos os lados. Nesse ponto o futebol brasileiro está evoluindo. Não só as equipes históricas, de camisa, têm trabalho. Vemos ótimos trabalhos nas Séries C e D. O clube que não avançar na questão administrativa e financeira vai ter dificuldade.
O técnico vascaíno ainda falou sobre a fase do seu goleiro, Thiago Rodrigues.
– Thiago, desde o momento chegou a São Januário, mostra uma energia muito grande no dia a dia. As falas dele sempre têm ecoado no vestiário, sempre colocando a equipe para cima. É um jogador que sabe muito bem o que é brigar, no CSA quase subiu por dois anos seguidos. Apesar disso, não tenho um contato com ele tão grande no dia a dia, ele fica com os preparadores. O contato é um pouco menor. Mas ele entende o momento, a dificuldade que tivemos para montar o elenco. É um jogador que realmente vestiu a camisa, caiu nas graças da torcida com boas atuações, atuações decisivas. Como foi no último jogo.
O comandante também falou sobre a sequência de jogos em casa, que classificou como difícil:
– A gente encara esses três jogos que falei (contra Brusque, Grêmio e Náutico) como encaramos todos os outros jogos, claro que queremos vencer os clássicos principais, contra as favoritas para subir. Entendemos que os três pontos dessa partida contra o Grêmio vão ser disputados da mesma maneira que foi contra o Brusque. As dificuldades serão enormes, temos que estar concentrados do início até o final. O grupo é muito trabalhador e que gosta de estar junto, de vibrar um pelo outro. Quando sai o gol, todo mundo vibra, todo junto se abraça. No dia seguinte está todo mundo aqui treinando.
E por fim, Zé Ricardo disse que apesar da matemática para conseguir o acesso, não se preocupa muito com pontuações
– Isso é estatístico, matemático. Dizem que a cada dois jogos, tem que ter uma média de quatro pontos. A gente vem comentando isso no início do ano, comentando com direção, entendemos que a cada bloco de quatro jogos, temos que ter entre sete ou oito pontos. Assim estaremos credenciados a uma das quatro vagas. Mas sinceramente, falando como Zé Ricardo, não penso muito nisso, não fico fazendo essas contas. Fico preocupado com o jogo que vem depois, a sequência é difícil. Pontuar amanhã contra o Grêmio seria bom para se manter nessas estatísticas, mas também na questão da confiança e continuar no crescimento. Procuramos evoluir sempre possível. Mas tem um adversário forte do outro lado, jogadores muito experientes. Os pontas do Grêmio têm um contra-ataque um bem decisivo. A gente precisa se preparar nesse treino que falta para tentar vencê-los. Sabemos que a partida muito provavelmente vai ser decidida nos detalhes.