Conheça os grandes atletas vascaínos olímpicos entre 1972 a 1996, como Milton Jorge, os irmãos Rui da Silva e Dalmo da Silva, os atletas medalhistas em 1988 e as vascaínas que entraram na história nos Jogos de Atlanta em 1996
No terceiro episódio sobre os 100 anos do Vasco em Jogos Olímpicos falaremos sobre o período entre 1972 até 1996, assim como nos períodos anteriores o Vasco continuou tendo um papel relevante no cenário esportivo nacional. Levou atletas do futebol, remo, saltos ornamentais e fez história com a seleção feminina de 1996 em Atlanta.
Na edição de 1972, foi a vez do Vasco enviar o garoto Roberto Dinamite para péssima campanha olímpica. Vale lembrar que o garoto quase não foi para os jogos devido à uma fissura no perônio. O Brasil foi o último colocado num grupo com Irã, Dinamarca e Hungria.
Em 1976, o Vasco teve um representante que cresceu no clube: Milton Jorge, dos saltos ornamentais, o saltador chegou ao clube com apenas 6 anos de idade. No Vasco fez natação, ginástica e no final foi para os saltos ornamentais. Era filho do grande benemérito Milton da Silva Braga, que ajudou em campanhas presidenciais o candidato Agathyrno da Silva Gomes. Agathyrno foi o presidente que acabou com um tabu de 11 anos sem títulos do Campeonato Carioca. Também levou o remo do Vasco a ser vencedor tornando o Vasco “Campeão de Terra e Mar”.
Outro representante vascaíno nas olimpíadas foi Rui da Silva, que quebrou um jejum de 20 anos sem a presença de um brasileiro na final dos 200 metros. Além de Rui da Silva, o Vasco também enviou o seu irmão para os Jogos Olímpicos de Montreal: Dalmo da Silva.
Em 1980, o saltador Milton Jorge conseguiu novamente ir para os Jogos Olímpicos, mas além dele, o Vasco enviou para Moscou o corredor Milton de Castro, que foi o 8º na final do 4×100 metros com 39.54, já nos 100 metros disputou a preliminar e marcou o tempo de 10.74. O nome de Milton de Castro não é encontrado nem entre os grandes nomes do atletismo no Site Oficial do Vasco, mas é possível comprovar a sua ligação com o clube através de reportagens do Jornal do Brasil nos dias 26/02/1980 e 22/03/1980, quando o especialista dos 100 metros é citado como atleta do Vasco.
Em 1984, poucos meses antes de iniciar os Jogos Olímpicos, o Vasco contratou o medalhista de bronze (Moscou, 1980) Cyro Delgado que havia deixado o Fluminense após o seu técnico Ricardo Moura ser demitido. O atleta que conseguiu a medalha de bronze em Moscou ainda descolou o patrocínio da Francisco Xavier Imóveis.
Na Olimpíada de Los Angeles, o Vasco poderia ter enviado mais dois atletas: Octávio Bandeira e Waldemar Trombetta. No entanto, os dois atletas do remo que haviam trocado recentemente o Flamengo pelo Vasco foram prejudicados pelo próprio técnico da seleção brasileira, que tinha ligações com o Flamengo e emprestou um barco de fibra para os argentinos, enquanto os vascaínos competiram nas eliminatórias do sul-americano com um barco de madeira.
Os remadores do Vasco acabaram não conseguindo o índice olímpico por conta da rivalidade entre Flamengo e Vasco. Na época, o vice-presidente de Remo do Vasco chegou a pedir a renúncia de Renato Borges da presidência da Confederação Brasileira de Remo.
Nos Jogos Olímpicos de 1988, o Vasco que havia sido prejudicado em 1984 conseguiu enviar inúmeros remadores, entre eles: Waldemar Trombetta, o mesmo da história do barco de madeira 4 anos antes. Waldemar fez carreira como atleta e técnico no Vasco. Em 2014, chegou a ser campeão master pelo Vasco integrando a comissão técnica, assim como Oswaldo Kuster, que é uma lenda viva do clube e até hoje integra a comissão técnica vascaína do Remo. Oswaldo Kuster que tem mais de 40 anos de Vasco participou das Olimpíadas de 1988 e 1996. Outro nomes relevantes são de Fernando Fantoni e Marcos Arantes.
Em 1988, o Vasco também enviou os irmãos Ricardo e Ronaldo de Carvalho, que disputaram na carreira três olimpíadas. Um detalhe interessantes dos irmãos é que eles foram os últimos remadores brasileiros a conquistar uma medalha de ouro pan-americana, em Indianápolis-1987. Na época, ambos eram atletas do Vasco.
No futebol, o Vasco também enviou os seus representantes. E foi um trio de peso: Romário, Geovani e Mazinho. Destaque para o baixinho Romário que foi o artilheiro dos Jogos Olímpicos com 7 gols. O Brasil levou medalha naquela edição. Em 1992, não foi encontrado o registro de nenhum atleta vinculado ao Vasco.
Nos Jogos Olímpicos de 1996, foi a primeira que o futebol feminino foi incluído. E as atletas vascaínas fizeram bonito. Aliás, o clube era uma força neste período. Foi hexacampeão carioca entre 1995 a 2000 e tetra campeão da Taça Brasil (1993, 1994, 1995 e 1997). O clube enviou: Meg, Marisa, Leda Maria, Pretinha, Fanta e Suzy.
O Vasco chegou a ter 7 jogadores convocadas para a preparação dos jogos, porém a atleta Russa acabou sendo cortada na lista final.
A destaque dos Jogos Olímpicos de Atlanta foi a vascaína Pretinha, que também jogava no futsal do Vasco. A craque foi artilheira dos Jogos Olímpicos com 4 gols e quase deu a medalha para seleção canarinho. Na semifinal, a seleção feminina pegou a China e chegou a estar vencendo por 2 a 1 até os 38 minutos do segundo tempo, mas acabou tomando o empate e a virada nos acréscimos. Na disputa pelo bronze, o Brasil perdeu para Noruega, que era campeã mundial, por 2 a 0. Um dado curioso é que o Vasco teve artilheiros tanto no masculino, quanto no feminino em Jogos Olímpicos (Pretinha e Romário).