EFICIÊNCIA
Leandro A. Rodrigues
O futebol é, talvez, o mais diferente de todos os esportes, pois, por mais que seja clichê dizer isto, sabemos que não é o melhor, tecnicamente, que sai vencedor de uma partida. A superioridade técnica não é e, creio, nunca será, a certeza de um bom êxito no famoso esporte bretão.
Diante disso, vejo um dilema desnecessário sendo levantado nesta temporada (2021), em relação ao nosso Gigante da Colina: resultado x desempenho.
Indubitavelmente, o melhor dos mundos para o torcedor é ver o seu time vencer e convencer. Porém, venhamos e convenhamos, não se trata de uma realidade que acontece a qualquer momento. Por isso, sempre digo: futebol é um jogo de eficiência. O vencedor, sempre, será o mais eficiente! Não adianta dominar, ter mais chances, possuir um número expressivo em relação à posse de bola, massacrar tecnicamente o adversário se, ao final da partida, o outro time, com apenas uma chegada eficiente ao ataque, encontrar um gol “meio que sem querer”. Daqui a dez anos, as estatísticas serão esquecidas e, nos anais dos resultados das partidas, estará uma derrota, independente do que, de fato, aconteceu durante toda a partida.
Eis o motivo pelo qual, para os amantes do futebol, às vezes, é mais agradável assistir a um jogo que não seja do seu time, pois, naquele momento, não há a preocupação com a vitória. Há, apenas, a busca em assistir ao futebol arte, ao espetáculo puro e simples. Enquanto que, quando se trata de um jogo do seu clube do coração, o medo, em relação à derrota, faz-nos, simplesmente, querer a vitória a todo o custo; conduzindo-nos, inclusive, a abrir mão, até mesmo, de nossos princípios, quando há a evidência clara de termos sido beneficiados por um lance ilegal. Nós, vascaínos, sabemos bem o quanto nos doeu, em 2014, o absurdo do “Ganhar roubado é mais gostoso”. No entanto, certamente, outros adversários, que se sentiram lesados contra nós, também devem possuir um rosário de lances e de situações absurdas que doeram n’alma deles, pois, segundo o ditado antigo e popular: “Quem bate, esquece! Que apanha, não!”.
Diante disso, concordo inteiramente com a análise feita por Felipe Thiroux, antes do jogo contra o Operário-PR. Precisamos de uma REVOLUÇÃO. Ele se referia ao esquema de jogo do time. No entanto, refiro-me ao modo de pensar do torcedor, dos jogadores, da comissão técnica e dos dirigentes. Precisamos estabelecer uma relação de prioridade. O que é mais importante neste momento: jogar bem ou ganhar? Se for possível ganhar, jogando
bem… ótimo! Mas, se não for possível, que saibamos valorizar o que, realmente, neste momento, precisa ter valor: a vitória. Afinal, para ser bastante sincero, pouco ou nada adiantará presenciarmos desempenho belíssimo sem que haja casamento com a eficiência.
Saudações Vascaínas!