EFEITO REVERSO INSTANTÂNEO
Leandro A. Rodrigues
Na última semana, circulou nas redes sociais uma bela carta atribuída ao grande craque Felipe, o maestro. Nela, ele conta um sonho que teve, ambientado em São Januário, e, depois, com bastante carinho, relata a sua história com o Gigante da Colina. Quem ainda não teve a oportunidade de lê-la, sugiro que o faça. Vale a pena!
Após a leitura do texto de um dos nossos grandes ídolos, examinei a nossa situação atual e considerei que, antiteticamente, estamos longe de um sonho, porque, infelizmente, estamos vivenciando um pesadelo.
O Club de Regatas Vasco da Gama está passando pelo seu pior momento, sem dúvida alguma. Quando estamos diante de um pesadelo, não vemos a hora de acordar, pois julgamos que a realidade nos será mais favorável. Por isso a analogia, afinal, também agora, nós, vascaínos, não vemos a hora de sairmos desta situação tão delicada em que nos encontramos.
Tem sido difícil assistir aos jogos do Vasco. Tem sido doloroso perceber algumas posturas. Tem sido doído testemunhar os atuais fatos. Estamos imersos num pesadelo que parece não ter fim. Estamos debatendo-nos assustados. Estamos rodando em círculos, sem perspectiva alguma de avanço. Como isso dói!
Queria ser otimista e relatar coisas boas, esperançosas e alvissareiras. No entanto, a cada novo jogo, somos soterrados por uma pá de desilusão, e, desse modo, a esperança naufraga sem dó. O torcedor vascaíno não consegue enxergar uma luz no fim do túnel. E, para piorar, o tempo está passando. O campeonato começa a caminhar para a sua parte final, sem que haja um desabrochar de talento que nos permita acreditar num futuro melhor. É como se estivéssemos à deriva, no meio do oceano, sem uma boia sequer de salvação. Estamos começando a ficar cansados. Nossas forças estão se esvaindo. Não sabemos por mais quanto tempo aguentaremos sem cedermos ao esgotamento.
Na última quinta-feira, contra o CRB, novamente, foi doloroso ver o time ceder o empate no fim do jogo. Tive mais uma noite de insônia. Às vezes, acho que não vou (vamos) mais aguentar…
Nos momentos de tristeza, pós-jogo, sempre falo com minha esposa: “não queria gostar tanto do Vasco assim como gosto…”. Sei que é da boca para fora, afinal, como já disse aqui: paixão não se explica. Há o sofrimento. Há a dor. Há a tristeza. Há a revolta. Mas… sempre há o reencontro. Sempre há o regresso. Sempre há a reconciliação. É um caso de amor sem fim. É como o eterno retorno de Nietzsche…
Em virtude disso tudo, neste momento, o que nos resta é esperar que tudo isso passe (Há de passar!) e o pesadelo seja logo, o quanto antes, transformado em belo sonho, num efeito reverso instantâneo.
Saudações Vascaínas!