Ademir de Menezes é uma memória da qual vale a pena se orgulhar em meio à vergonha a que é submetido o torcedor vascaíno
No dia 8 de novembro de 1921 nasceu, em Recife, Ademir de Menezes, o “Queixada”. Chegou ao Vasco da Gama em 1942, e sua passagem foi mais do que gloriosa. Pelo Gigante da Colina foram 301 gols feitos, o que lhe rendeu o título de terceiro maior artilheiro da história cruzmaltina.
Grande nome da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1950, Ademir é o maior artilheiro da “Canarinho” em uma única Copa com nove gols.
Em seu ano de estreia pelo Vasco, Ademir conquistou o Troféu da Paz contra o América-RJ. E em 1945 ajudou o time de São Januário a ganhar o Campeonato Carioca de 1945 sem conhecer derrota. No ano anterior havia vencido o Torneio Relâmpago e ainda foi bi-campeão do Torneio Municipal em 44-45.
Após ida para o Fluminense em 1946, Ademir retorna para o Vasco e fez parte de um dos times mais avassaladores da história do futebol mundial: o Expresso da Vitória. Ademir marcou na goleada contra o Nacional do Uruguai, mas uma torção no tornozelo o tirou dos jogos posteriores que renderam a histórica conquista do Torneio Sul-americano de Campeões em 1948.
No Carioca do ano seguinte, 1949, Ademir de Menezes foi o grande nome da competição. Marcou gols em cinco dos seis clássicos jogados. Foram 12 anos vestindo a camisa do Vasco, 429 jogos e 301 gols. Uma média extraordinária!
Ademir com a “Amarelinha”
O final da década de 1940 e boa parte da seguinte foram de um Vasco sendo sinônimo de Seleção Brasileira. Para se ter uma ideia de tal relação, o Expresso da Vitória serviu 8 jogadores ao selecionado nacional para a Copa de 1950, sendo 6 deles titulares, incluindo nessa lista, obviamente, Ademir de Menezes.
O “Queixada” vestiu a camisa “Canarinho” em 39 oportunidades e balançou as redes 31 vezes. Além do vice-campeonato mundial de 1950, Ademir foi campeão da Copa América do ano anterior, marcando 13 vezes. Detalhe: fez quatro gols no goleiro García, da Seleção Paraguaia, que voltaria a ser sua vítima vestindo a camisa do rival.
Os títulos de Ademir com a camisa vascaína foram:
Estaduais: 45, 49, 50 e 52
Sul-americano de Campeões: 1948
Torneio Relâmpago: 1944
Municipal: 1944 e 1945
Torneio Octogonal do Chile – 1953
Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro – 1953
Torneio Rivadávia Correia Meyer – Rio – 1953
As premiações individuais são:
Melhor Jogador do Sul-americano de Campeões (Copa América -1949)
Seleção da FIFA Copa do Mundo de 1950
68º Maior Jogador do Século XX pela Revista Placar de 1999
Entre os 50 maiores jogadores sul-americanos do Século XX pela IFFHS em 1999: 1999
Entre os 20 maiores jogadores brasileiros do Século XX pela IFFHS em 1999
100 Maiores Jogadores do Século XX pela revista World Soccer: 1999
1000 Maiores Esportistas do Século XX pelo jornal The Sunday Times
95º Maior Jogador da História das Copas pela Revista Placar: 2006
Time dos Sonhos do Vasco pela Revista Placar: 2006
Com a camisa do Vasco da Gama foi máximo goleador na Copa de 1950, dos estaduais de 49 e 50 (56 gols ao todo) e também do Rio-São Paulo de 1951 com 9 gols, mesmo número que marcou na Copa do Mundo.
Pelo Vasco, “Queixada” conquistou mais de 10 títulos. Chegou a treinar o time de 1967, mas não ficou por muito tempo. Faleceu em 11 de maio de 1996 vítima de um câncer de medula.
Um jogador de quem vale a pena se orgulhar.