Por: Gabriel Ramos
3, 2, 1, Feliz ano novo? Os parentes se abraçam, alguns agradecem pelo ano que passou, outros recitam sua lista de promessas para o ano que chegou, mas no canto da sala, um jovem permanece pensativo, veste sua camisa preta e branca, com uma faixa transversal, símbolo de um orgulho e resiliência que desafiam a lógica. Não sorri, nem chora, apenas busca a resposta para a questão que não sai da sua mente: Será que esse ano o Vasco volta?
Se você querido leitor do Papo na Colina se identificou com a cena do parágrafo anterior, saiba que não está só. Em diferentes pontos deste país, milhares de vascaínos suplicaram por um ano feliz. Mas assim como a noite de Reveillón passa, os primeiros dias de janeiro nos atiram à dureza dos fatos. Estes nos mostram um Vasco em pedaços em todas as áreas possíveis. Torcida dividida e completamente descrente na melhora do clube. Finanças decadentes, com dívida interminável e sem qualquer capacidade de investimento, além dos tradicionais salários atrasados de funcionários e atletas. Diretoria perdida, e que não demonstra qualquer possibilidade de reversão do trágico cenário no curto prazo.
Mas e o futebol?
Por enquanto, nada muito diferente do resto do clube. Debandada dos protagonistas da triste temporada passada, desde comissão técnica aos jogadores, jovens com pouco tempo restante de contrato não renovam, e contratações de nomes pouco conhecidos que se não sofrem de rejeição imediata da torcida, tampouco conseguem empolgar. Outros reforços deixam de ser contratados esbarrando sempre na limitação financeira. Em resumo, uma grande incógnita sobre qual será e como esse novo time atuará em 2022.
Alguns garotos da base devem ser incorporados ao elenco principal, mas será esse o caminho? Esperar, mais uma vez, que garotos resolvam o problema de um clube gigante, que já sofria antes mesmo deles aprenderem a andar? Velhas fórmulas com recorrentes resultados negativos parecem cercar o novo ano vascaíno. Mas e nós? E a torcida?
A única certeza que temos é que estaremos aqui, nunca foi diferente, quando nos faltar ânimo, teremos uns aos outros, nem que seja para lamentarmos junto. Nos grupos de Whatsapp, nos bares, nas ruas, os vascaínos ainda terão ao menos o suporte de um irmão que veste a mesma camisa. Que em 31 de dezembro de 2022, você possa olhar nos olhos deste irmão e dizer que contra todas as expectativas NÓS CONSEGUIMOS! Porque sejamos sinceros, se fosse para desistir, já o teríamos feito.
Um Feliz 2022 pra todos nós!