Momento do Vasco na Série B reflete o grande número de contratações no setor defensivo; agora o clube busca reforçar o setor ofensivo
Luiz Nascimento
Faltam 12 dias para a abertura da janela de transferências de meio de ano e o Vasco analisa o que deu e o que não deu certo nas contratações para 2022 e planejar o resto da temporada. Ao todo, foram 21 jogadores, quase dois times inteiros contratados nos quatro primeiros meses do ano. A prioridade agora é o setor ofensivo.
Depois de 16 rodadas, o Cruzmaltino já chegou a um diagnóstico: o time acertou nos reforços para o setor defensivo, tanto que a defesa vascaína é a terceira menos vazada da Série B. Dos 11 atletas contratados para esta parte do campo, mais da metade – seis – são titulares absolutos e os outros cinco costumam ser muito usados durante as partidas. O destaque da defesa é o goleiro Thiago Rodrigues, grande responsável pelos excelentes números defensivos do Vasco. Quintero e Anderson Conceição se encaixaram muito bem na zaga.
Dos outros dois zagueiros que vieram, Luís Cangá saiu do clube ao fim do Campeonato Carioca – o equatoriano, que inclusive foi anunciado pelo Aucas, de seu país natal, tinha contrato de três meses e optou por não renovar. Danilo Boza, seu sucessor, atuou poucas vezes, mas tem mostrado um bom entrosamento, tanto como zagueiro, quanto como lateral-direito.
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Contratado em troca de Bruno Gomes, que foi para o Internacional, Zé Gabriel foi quem acabou perdendo mais espaço. O volante, que também pode atuar como zagueiro, foi titular nas três primeiras rodadas da Segundona, mas foi preterido pela joia da base Andrey Santos. Já Weverton, que está emprestado pelo Red Bull Bragantino, tem sido muito contestado pela torcida e não está correspondendo como lateral-direito, posição que sem Gabriel Dias, que pode ficar afastado por conta de uma tendinite, tem como substitutos Léo Matos e o próprio Weverton.
E são justamente nas laterais que o Vasco busca reforços para a defesa. Além do citado problema na direita, o clube quer contratar para a esquerda, que atualmente tem Edimar, de 36 anos e Riquelme, de 19, que até ganhou um espaço no final da Série B, mas que não se encaixa na formação defensiva, uma vez que o lateral de 19 anos possui características de mais velocidade. Como o veterano está suspenso, o técnico Maurício Souza estuda mudar a formação e colocar três zagueiros para o jogo contra o Criciúma, sábado.
Se a defesa vai bem, o mesmo não pode se dizer do ataque. O setor recebeu os outros dez reforços contratados pelo clube para esta temporada e desses, apenas dois são titulares, e mesmo assim, se revezam: Raniel e Getúlio. O meia Carlos Palácios aos poucos vem entrando no time principal e inclusive foi titular na derrota contra o Novorizontino e no empate contra o Sport. Por outro lado, para resolver as pontas, o Cruzmaltino mais uma vez teve que recorrer à base, com Gabriel Pec e Figueiredo.
Das contratações para o ataque, Luiz Henrique e Vitinho foram os que menos jogaram. O ex-Corinthians sofreu com lesões – inclusive, quando chegou ao Vasco, já chegou lesionado – e perdeu espaço. Na outra ponta, Raniel, com 15 jogos, Getúlio, com 13 e Palácios, com 11, foram os que mais atuaram. O Vasco fechou o último terço do campo com Nenê como meia ofensivo centralizado, Pec e Figueiredo nas pontas e Raniel ou Getúlio como centroavante. Palácios tem servido como uma espécie de coringa quando a comissão quer fazer alterações no segundo tempo, principalmente substituindo Nenê. Por outro lado, existe um consenso que alguns jogadores, como Zé Santos, precisam ganhar mais oportunidades e minutos de jogo. Desde que assumiu o Vasco, há quatro rodadas, Maurício Souza tem escalado Nenê, Palácios, Bruno Nazário, Gabriel Pec, Figueiredo, Erick, Raniel e Getúlio na frente. Ainda chegou a improvisar o lateral Riquelme, que é mais veloz que Edimar, como ponta no último jogo, contra o Sport.
O pouco ou quase nulo uso dos reforços para o ataque é reflexo de um erro de cálculo da diretoria na janela de verão. O clube já admitiu que por causa da situação financeira, o departamento de futebol resolveu apostar, especialmente em jogadores que foram destaque nos campeonatos estaduais: casos de Erick (vice-campeão gaúcho com o Ypiranga-RS), Lucas Oliveira (vindo do Bangu) e Zé Santos (artilheiro do Campeonato Catarinense com o Marcílio Dias). Boa parte dessas apostas deu errado e a diretoria tem pressa para vender o futebol para os americanos da 777 Partners, que passará a ser responsável por contratar os reforços da segunda janela. E as prioridades já foram definidas: pontas e centroavantes.