Alexandre Mattos não teve uma boa passagem pelo Vasco da Gama. O executivo de futebol não conseguiu fazer um bom trabalho ao trazer reforços de peso para o elenco, deixou lacunas importantes no plantel e ainda agiu com falta de profissionalismo ao vazar os prints, motivo principal que levou a sua demissão do Cruzmaltino por parte da 777 Partners.
Em entrevista ao Boleiragem, do SporTV, Mattos abriu o jogo sobre sua saída e reforçou que sua comunicação com a cúpula da empresa americana, ao chegar ao Gigante da Colina, foi falha:
– Eu tenho 21 anos de futebol trabalhando em clubes, com retrospecto de profissionalismo, credibilidade, passando muito tempo em cada clube, com conquistas e com legados. Em todos os clubes que passei foram assim. O que foi diferente nessa vez? A comunicação da minha chegada foi falha. Foi confuso. Eu me coloco também como responsável. A má comunicação antes do que estava chegando e do que eu iria encontrar. Eu tenho que fazer um agradecimento público à eles (777 Partners), eles que me contrataram. Tiveram três pessoas que tive mais contato: Johannes, o Don e o Nico. Queria fazer esse agradecimento a eles porque me deram a oportunidade. Eu tive uma experiência gigantesca.
Mattos também fez um breve comentário sobre a polêmica burocracia da 777 Partners para aprovar o nome de reforços que podem ou não se tornarem investimentos do clube:
– É um caminho que é em alguns momentos um pouco mais demorado, em alguns momentos mais rápido, mas tudo visando minimizar riscos. Todas as SAF’s são assim. É uma empresa e sempre levará o tempo necessário, com austeridade, para as coisas acontecerem. O resultado vai vim? vai, com o tempo. Pode até vir imediatamente, porque não? O Botafogo é uma SAF e quase foi campeão brasileiro, já está na Libertadores e vai brigar pra ser campeão. Eu acho que o Vasco vai partir pra isso muito em breve. Se vai ser esse ano ou ano que vem, o tempo vai mostrar.
Mattos foi questionado também sobre o valor gasto na janela:
– Até ter esse entendimento de como funciona, eu tive a dificuldade de entendimento. Até com quem eu converso, pra quem eu me reporto… quando eu digo a falha de comunicação, e eu disse, mais minha. A SAF tem um ano e meio de Brasil, é muito recente. São pessoas competentes que trabalham incansavelmente. Agora, tem os processos que a gente precisa entender.
Sobre a autonomia que ele afirmou ter faltado em alguns momentos, o profissional afirmou que atrapalhou seu trabalho dentro do clube:
– Cada hora que se tem um assunto diferente, é um entendimento diferente dessa autonomía. As vezes eu precisava resolver alguma coisa com um atleta, seja qual for, eu precisava entender até onde que eu posso ir. Uma renovação, uma penalidade, um simples bicho, uma premiação… Eu preciso entender: ‘esse caminho eu vou ter que aqui, o outro tenho que ir aqui’, que não tem problema. Só estou falando que no meu caso atrapalhou.
O ex-diretor de futebol falou sobre Ramón e Emiliano Diaz, elogiando muito os profissionais:
– Impressionante a capacidade que eles (Ramón e Emiliano Diaz) de treinamento, vestiário e entendimento do jogo. Eles sem completam. De verdade. Fácil de acesso, o Ramón é uma pessoa muito simpática. O que acontecia era o seguinte: eles construiram o Vasco em torno deles para não cair ano passado. Eu chego depois e sou o cara que tenho que falar “sim” e “não”. ‘Amigo vem cá, eu quero isso’. ‘Ramón isso dá e isso não dá.’ Então, isso gera um desgaste.
Por fim, Alexandre Mattos foi perguntado sobre o que faria de diferente:
– Se eu pudesse voltar lá atrás, eu faria diferente o PRÉ, que seria uma comunicação mais bem feita. “Aonde queremos chegar?”, “o que você espera de mim?”, “qual é a autonomia?”, “qual é a liberdade de escolhas de equipe de trabalho, de atletas?”, de fazer o desenvolvimento da base, do feminino, pra quem eu tenho que prestar conta. Então, essas coisas que a gente não conversou. Aí gerou esse desgaste.
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