O que poucos acreditavam ser possível, aconteceu. O novo conselho deliberativo do Vasco, empossado na noite de sexta (22), terá uma unidade a favor de temas importantes da política vascaína.
A presença numerosa de dois grupos importantes que, embora adversários, defendem pautas semelhantes e acreditam que a reforma do estatuto do clube deve ser o principal foco de discussão do próximo triênio, possibilita o avanço de pautas até então nunca discutidas no cruz-maltino.
A Mais Vasco, de Jorge Salgado, terá 120 conselheiros, e a Sempre Vasco, de Julio Brant e Edmundo, 30, totalizando os 150 eleitos no pleito realizado no dia 14 de novembro, na sede náutica da Lagoa. Já há um entendimento entre ambos os grupos que este é o cenário ideal para debater a reforma, uma vez que o código que rege o clube foi modificado pela última vez em 1979.
Além dos eleitos, o fato de Salgado ser um dos mais importantes beneméritos do clube e contar com o apoio de seu vice Carlos Osório, outro benemérito, também deve atrair apoio de alguns dos outros 150 beneméritos do clube e que completam o conselho deliberativo. A exceção deve ficar pela ala mais euriquista e membros da Identidade Vasco, que apoiam Leven Siano.
Até o momento, a maior demonstração de tal união foi o lançamento de uma única chapa para a presidência do conselho deliberativo. Carlos Fonseca, da Mais Vasco, foi eleito com Renato Britto, da Sempre Vasco, como vice. Leandro Coutinho e Marcelo Rocha são primeiro e segundo secretários, respectivamente.
Ao ge, Renato Britto ou Renatinho, como ficou conhecido, explicou a união:
– O Carlos Fonseca é meu amigo, temos relacionamento próximo. Sou próximo da Confraria, fui um dos fundadores. Eu divergi politicamente, eles tomaram outro caminho. A gente sempre conversava, sempre fui um cara ativo. Eles (Mais Vasco) entenderam que era bom ter o contraponto na Mesa. E isso poderia dar uma mensagem de união no clube. Partiu dele (Carlos), algo endossado pelo presidente Salgado. Não é um recado de adesão à gestão. A Sempre Vasco não aderiu à gestão, ela continua como oposição responsável. Mas é um recado importante de união para fora e para dentro. Estou pronto para honrar o mandato e ajudar a reformar o estatuto.
Dentre as pautas que serão debatidas na reforma, o direito de voto ao sócio torcedor, proibição de que conselheiros mantenham direito a voto caso sejam contratados pelo clube e a inclusão da votação online são alguns dos principais temas do debate. O texto final deverá então ser submetido a aprovação de ⅔ dos votos do conselho e posteriormente a uma Assembleia Geral.
Ainda ao ge, Renatinho disse que a ideia é debater e aprovar a reforma ainda este ano:
– A intenção é de que façamos isso nos primeiros seis meses. Temos de avaliar a situação política, mas tendo 150 conselheiros alinhados no propósito de reformar… é mais fácil – finalizou.