Eu honestamente não acho que Germán Cano foi o nosso melhor atacante, parando para pensar nós tivemos Romário, Edmundo, Roberto Dinamite, e uma série de outros jogadores que vestiram a camisa cruz-maltina e representaram muito bem o vascaíno, mas com certeza, a despedida e a saída de Germán Cano foi uma das mais doloridas para o vascaíno, por tudo que isso representa.
Quando Roberto Dinamite saiu para o Barcelona, o torcedor do Vasco, obviamente ficou chateado, mas tenho certeza que na época entendeu que se tratava do Barcelona, era algo difícil para qualquer clube do Brasil, assim como Roberto Dinamite, Romário também saiu do Vasco para o PSV, e Edmundo saiu para o Fiorentina. Foram despedidas difíceis, mas eu fico pensando que, ao mesmo tempo, inevitáveis, e sem contar que o clube, pelo menos, ganhou bastante dinheiro nessas transações. Mas agora, eu pergunto, e a saída de Germán Cano?
Como eu disse, Germán Cano, não foi o nosso melhor atacante, mas vestiu essa camisa como poucos vestiram, em uma época ruim para o nosso clube, e eu até ouso dizer que só não foi um dos maiores ídolos do clube, porque o Vasco não permitiu, porque o Vasco que não montou times à altura do nosso centro-avante, porque o Vasco não foi Vasco. O Cano, não vai para o Barcelona ou para o PSV, talvez não vá nem sair do Brasil, provavelmente vai vestir a camisa de outro clube brasileiro, que esteja na Série A, com uma estrutura melhor que a do Vasco, mas talvez com uma história muito menor que a nossa, e ainda por cima vai sair com o Vasco devendo dinheiro ao nosso centro-avante.
Não acredito que o Cano seja insubstituível, não é essa a questão, a questão é saber até quando o Vasco vai ter que se despedir, de um jogador, como o pai do Lorenzo, para um outro clube brasileiro? Até quando o torcedor vai se apegar a um jogador, gritar o seu nome, o jogador provavelmente também se apegar a torcida, e ter isso interrompido por conta de má gestão no futebol?
A saída de Germán Cano é dolorida por essas questões, não porque ele seja insubstituível, mas por ser uma constatação do que o Vasco é hoje. Eu sou otimista, acredito de verdade que um dia iremos sair desse fundo do poço, mas enquanto isso, eu e muitos outros torcedores teremos que nos contentar e ficar “sem fazer o L” nas arquibancadas.
De qualquer maneira, obrigado Germán Cano, por ter tentado até o último momento, e por ter vestido essa camisa, como poucos vestiram.