Se olharmos para a história do futebol brasileiro, os clubes de menor torcida, e menor expressão sempre fizeram muito “barulho” entre os grandes. Em 1985, o Maracanã estava lotado, e assistiu uma final de campeonato Brasileiro entre Bangu e Coritiba, em uma disputa acirrada, o Maracanã assistiu o Coritiba se sagrar campeão em cima do Bangu. No ano seguinte, o Campeonato Brasileiro de 1986, a final entre Guarani e São Paulo, também marcou presença no histórico do Campeonato Brasileiro, primeiro pela final extremamente conturbada e segundo pela péssima organização do campeonato, que acabou tendo o São Paulo como campeão daquele ano. Em 1988, o Bahia do Bobô, fez um belíssimo campeonato e se sagrou campeão.
O fim da década de noventa e os anos 2000, talvez tenha sido o momento mais difícil para os clubes pequenos, onde as administrações clubísticas dos grandes clubes recebiam a preferência de patrocínios e receitas, naquela época, os clubes grandes tinham a preferência de tudo e os pequenos eram mais preteridos, embora ainda sim, alguns como São Caetano marcavam presença em duas finais de brasileiro e uma incrível final de libertadores vencido pelo Olímpia. É nesse período que o Vasco começa a cair de rendimento, embora ainda houvesse uma preferência aos clubes grandes na captação de receitas e patrocínio, ainda sim, más administrações clubísticas já colocavam um clube como o Vasco na berlinda, ou seja, a situação já começava a ficar complicada. Porém, sem sombra de dúvidas, o caminho de hoje, que o nosso clube precisa traçar, é muito mais complicado do que antes.
Hoje, diferente de antigamente, com o avanço da economia e das novas capacidades de empreendimento, os clubes de futebol passaram não apenas a buscar novas receitas, mas a gerarem receitas em diversas outras frentes que não apenas ao ingresso dos jogos e dos patrocínios. O marketing e o profissionalismo vieram com força total e já estamos cansados de saber que as administrações de clubes que fazem sucesso são empresariais (isso quando o próprio clube já não vira uma empresa), para conseguir novas receitas, equilibrar o caixa e o endividamento.
Com todas essas questões, os clubes pequenos passaram a ter muito mais possibilidades de fazerem times competitivos, gerar bons investimentos e fazer boas administrações no futebol. Nós já estamos vendo clubes como Bragantino, América MG, Ceará e Fortaleza fazendo bons campeonatos e dando dor de cabeça para os clubes grandes. Já não é mais nenhum absurdo um clube grande cair e ficar na segunda divisão. A coisa ficou tão competitiva que nem mesmo ”ter dinheiro” está bastando, nós recentemente vimos o Grêmio ser rebaixado, com bons jogadores e financeiramente saudável, mas o fato do clube ter feito escolhas erradas no departamento de futebol, já foi suficiente para o clube cair para a segunda divisão.
Com todo esse cenário, com razão, não há um vascaíno que não esteja pessimista com o nosso clube atualmente, e não é para menos, a única novidade até o momento que eu escrevo essa coluna são, as saídas de jogadores e a possibilidade do futebol virar empresa, percebam, POSSIBILIDADE, não há nada de concreto ainda no projeto. A única coisa que chegou para embarcar na caravela cruz-maltina foi o técnico Zé Ricardo e a volta do Carlos Brasil. Junto com isso um enorme silêncio do clube em relação ao planejamento do ano que vem, fazendo com que a única fonte de informação do torcedor seja a imprensa, e o resultado, não podia deixar de ser um excesso de especulação no ar, que para mim só piora a situação. Honestamente, é muito pouco para, repito de novo, um cenário absolutamente competitivo no futebol, com uma série b de 2022 que promete ser mais competitiva que a de 2021. De uma vez por todas, o Vasco precisa profissionalizar o futebol (para ontem) e que tudo seja feito com a maior transparência, o torcedor precisa de respostas, e é preciso reformular de uma vez o clube, porque como eu já falei, o futebol está muito mais exigente e o caminho está ficando cada vez mais difícil.
Por Lucas
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