No último dia 5 de novembro, o Vasco divulgou seu terceiro balanço trimestral do ano. O jornalista Rodrigo Capelo, do Globo Esporte, é especialista no assunto e fez uma análise sobre o balanço em seu blog “NEGÓCIOS DO ESPORTE”.
Todo o balancete do Clube está disponível no site oficial do Vasco, e a análise do jornalista foi feita dos meses de Janeiro de 2021 até setembro.
RECEITAS
O Jornalista analisa que o Vasco teve um “salto” na receita, mas isso é resultado do adiamento do Campeonato Brasileiro de 2020 que fez com que o Vasco ganhe 23 milhões a mais, devido à receita referente aos direitos de transmissão campeonato anterior. Portanto, a receita não foi aumentada e sim “postergada”.
Esses são os principais destaques em relação às receitas:
- Transferências de atletas aumentaram em 2021, puxadas principalmente pela venda de Talles Magno por R$ 42 milhões
- O quadro social despencou nesta temporada. A quantidade de sócios baixou de 85.842 em dezembro para 56.198 em setembro
- Vendas de materiais esportivos pela Kappa foram normalizadas apenas no segundo semestre de 2021 e geraram R$ 2,1 milhões
- Na transmissão, o Campeonato Carioca rendeu R$ 16,3 milhões em 2020. Com novo modelo de comercialização, fragmentado entre vários parceiros, essa receita foi reduzida para R$ 1,9 milhão em 2021
- Despesas
As despesas do clube comparadas ao ano anterior foram ligeiramente reduzidas, segundo o jornalista.
Receitas financeiras costumam ser descontos obtidos em renegociações de dívidas, no caso do Vasco, enquanto despesas financeiras apontam juros e taxas. A diferença negativa não é gritante, mas prejudica o Clube.
O resultado líquido no azul, com superávit, é um sinal positivo, mas seu efeito prático é menor do que as pessoas imaginam. O Vasco conseguiu pequenos “lucros” em ambos os períodos, mas isso não significa que a situação financeira melhorou, como se pode ver noutros indicadores.
ENDIVIDAMENTO
A dívida do Vasco, até setembro, antes da negociação do acordo com a PGFN, não mudou muito. Partiu de R$ 832 milhões, em 2020, para R$ 830 milhões.
No entanto, existe um agravante que é a dívida a curto prazo que aumentaram ao longo do ano e apartam o caixa do clube.
Esses são os principais destaques em relação às dívidas:
- Ao término de setembro, o Vasco tinha R$ 25 milhões em dívidas com seu presidente, Jorge Salgado. O cartola colocou dinheiro do bolso para aliviar a crise financeira no início de seu mandato
- Encargos sociais não foram pagos durante a maior parte de 2021, enquanto o clube renegociava a dívida tributária com a PGFN, então essa dívida aumentou quase R$ 19 milhões
- Em 2021, o clube reduziu a dívida com “fornecedores”, a ser cobrada no curto prazo. Renegociação com a Cedae, companhia de água, permitiu abater R$ 9 milhões por meio de descontos
- Números ainda não registram o impacto do reparcelamento de dívidas trabalhistas e cíveis por meio do Regime Centralizado de Execuções, que está em andamento e pode gerar novos descontos
Por Ruann Lima