A sequência de jogos do Vasco na CONMEBOL Sul-Americana colocará o elenco diante de um adversário invisível, mas extremamente desafiador: a altitude. Com partidas previstas em cidades localizadas entre 2160 metros e 2850 metros acima do nível do mar, a equipe precisará adotar estratégias específicas para mitigar os efeitos fisiológicos desse ambiente extremo.
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Como a altitude afeta o desempenho físico dos jogadores?
O principal impacto da altitude no futebol ocorre devido à redução da pressão parcial de oxigênio. Em locais acima de 2000 metros, a quantidade de oxigênio disponível para os músculos é consideravelmente menor, o que provoca:
- Diminuição do rendimento físico: a resistência e a capacidade aeróbica caem.
- Aumento da fadiga: os atletas sentem cansaço mais rapidamente.
- Alterações na frequência cardíaca: elevação dos batimentos mesmo em atividades moderadas.
- Risco de mal-estar: náuseas, dor de cabeça, tontura e dificuldade respiratória são sintomas comuns.
Estudos indicam que o corpo leva de 3 a 7 dias para começar a se adaptar a essas condições, o que torna a logística de viagem e aclimatação um fator crucial.
Como o Vasco pode se preparar para os jogos na altitude?
A preparação do Vasco deve envolver medidas médicas, físicas e logísticas, como:
- Viagem próxima ao horário do jogo: estratégia usada para minimizar o tempo de exposição à altitude.
- Treinos adaptativos: quando possível, realizar atividades físicas em locais elevados antes das partidas.
- Suplementação: uso de bicarbonato de sódio e antioxidantes pode ajudar a retardar a fadiga.
- Monitoramento médico: acompanhamento constante da oxigenação, pressão arterial e sintomas de mal-estar.
- Hidratação e alimentação: reforço de práticas nutricionais para evitar desidratação, comum na altitude.
Além disso, é importante o preparo psicológico, já que o desconforto físico pode afetar a confiança e a concentração dos jogadores do Gigante da Colina.

Histórico e expectativa para o Vasco em ambientes de altitude
O Vasco já enfrentou duas situações similares na Copa Sul-Americana e até em outras competições continentais, como a Taça Libertadores, mas a sequência atual, com possibilidade de até três confrontos consecutivos na altitude, representa um dos maiores desafios fisiológicos da história recente do clube.
O Papo na Colina separou alguns desses confrontos mais marcantes:
2011 – Aurora 3 x 1 Vasco – Estádio Félix Capriles, Cochabamba (2570m)
- Competição: Copa Sul-Americana – Oitavas de final.
- Altitude: 2570 metros.
- Contexto: Apesar da derrota fora de casa, o Gigante da Colina conseguiu reverter a situação em São Januário, vencendo o jogo de volta por 8 a 3 e avançando na competição.
- Impacto: Mais uma vez, a altitude foi um obstáculo evidente, especialmente no primeiro tempo.
2018 – LDU 3 x 1 Vasco – Estádio Casa Blanca, Quito (2850m)
- Competição: Copa Sul-Americana – Playoffs.
- Altitude: 2850 metros.
- Contexto: O Gigante da Colina sofreu com os efeitos da altitude e foi derrotado pela LDU, em Quito, no jogo de ida da segunda fase. No duelo de volta, em São Januário, o Vasco venceu por 1 a 0, mas não conseguiu reverter o placar agregado, sendo eliminado da competição.
- Impacto: A altitude novamente se mostrou um fator determinante, com o Vasco apresentando dificuldades físicas, especialmente no segundo tempo, quando a LDU aproveitou para ampliar a vantagem.
BÔNUS – COPA LIBERTADORES 2018:
Jorge Wilstermann 4 x 0 Vasco – Estádio Olímpico Patria, Sucre (2810m)
- Competição: Copa Libertadores – Playoffs
- Altitude: 2810 metros.
- Contexto: O Vasco sofreu uma de suas derrotas mais marcantes na altitude. A equipe enfrentou o Jorge Wilstermann na cidade de Sucre, na Bolívia, onde o ar rarefeito pesou contra o desempenho cruzmaltino. No fim, na disputa por pênaltis, o então goleiro Martín Silva garantiu a classificação para a fase de grupos da Libertadores após defender três cobranças.
- Impacto: Jogadores relataram forte dificuldade respiratória e desgaste físico precoce.
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