Jorge Salgado, ex-presidente do Vasco da Gama, não está disposto a abrir mão dos R$ 23 milhões que alega ter a receber do clube. Segundo o jornalista Fabio Azevedo, do canal Fanático Vascaíno, o ex-dirigente já sinalizou que fará “jogo duro” para garantir seus direitos, mesmo que isso implique dificultar a tramitação da recuperação judicial em curso.
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Ex-presidente quer o valor integral na Justiça
De acordo com as informações, Salgado vê sua cobrança como legítima e estaria pronto para acionar o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra o clube caso não receba a quantia que considera devida. O jornalista afirma que o ex-mandatário não aceitará qualquer tipo de deságio, parcelamento agressivo ou postergação. Em vídeo publicado em seu canal, Azevedo cravou: “Ele não vai facilitar em nada.”
A atitude de Salgado preocupa dirigentes e credores do clube. A dívida reivindicada pelo ex-presidente figura entre os débitos listados na documentação entregue à Justiça no pedido de recuperação judicial feito pelo Vasco em fevereiro de 2025. Com um passivo que ultrapassa R$ 1,2 bilhão, o clube busca renegociar com dezenas de credores, incluindo ex-jogadores, fornecedores e empresários.
Recuperação judicial do Vasco pode ser comprometida
O processo de recuperação judicial do Vasco foi aceito pela 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e suspende, temporariamente, cobranças judiciais e bloqueios financeiros. Porém, divergências como a de Jorge Salgado podem travar as assembleias de credores e atrasar o plano de reestruturação, especialmente se houver impasse sobre o valor a ser pago ou sua prioridade na fila de pagamentos.
Segundo especialistas, a posição inflexível de Salgado pode gerar instabilidade jurídica e financeira, afetando diretamente a execução da proposta de pagamento feita pelo clube. Além disso, um possível litígio judicial pode afastar investidores e pressionar ainda mais o fluxo de caixa do Vasco, que já lida com dificuldades operacionais.
A insistência do ex-mandatário por um pagamento integral dos R$ 23 milhões pode ter impactos graves no processo de recuperação do clube. Caso leve a disputa até as últimas instâncias e consiga postergar decisões judiciais, o planejamento financeiro da SAF e do clube associativo será colocado em risco. O CRVG, que tenta reconquistar credibilidade no mercado e estabilidade interna, pode enfrentar um novo abalo institucional em pleno momento de reconstrução.
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